Critícas Cinematográficas
Lisa Schwarzbaum – “Entertainment weekly” Em “Uma Mente Brilhante”, Russel Crowe realiza uma das melhores descrições de doentes mentais que eu alguma vez vi. Crowe faz o papel de John
Forbes Nash Jr, um brilhante matemático vencedor de um prémio Nobel, que é
também esquizofrénico. Quando o conhecemos, no início do filme,
como um estudante de Princeton, ele revela-se como apenas mais um génio
excêntrico, um solitário obcecado com a procura de uma ideia original. O realizador Ron Howard,
trabalhando sobre um guião inventivo escrito por Akiva Goldsman ( baseado na
biografia de Sylvia Nasar), faz o trabalho crucial de conseguir mostrar o mundo de Nash (a universidade, os seus colegas
e o seu companheiro de quarto) permitindo-nos saborear o pó do giz com que Nash escreve no quadro. Esta palpabilidade foi a grande conquista
deste filme que solucionou o eterno problema de
transformar uma biografia num filme absorvente. Digamos que o factor
mais importante na realização de um filme foi conseguido: “Uma Mente
Brilhante” distinguiu-se e encantou as audiências. Fica-nos a
imagem de Russel Crowe como um jovem Nash, resolvendo equações numa janela,
com uma inspiração muito próxima da loucura”. Robert W. Butler – “The Movie Star” “Este drama baseado em
factos reais, realizado por Ron Howard, escrito por Akiva Goldsman, produzido
por Brian Grazer e tendo Russel Crowe como actor principal, é um conto
devastador sobre o desespero e o eventual triunfo. Baseado na vida do prémio
Nobel John Nash, o filme relata quatro décadas de uma viagem do imaginário à realidade. Primeiramente, em 1947,
encontramos um jovem Nash de Virginia a estudar em Princeton, e vemos
claramente que, mesmo entre estudantes “viciados” em números, ele é um
indivíduo estranho e solitário. Convencido da sua
superioridade intelectual, Nash admite que é melhor, de longe, conviver com números
inteiros do que com pessoas. No entanto, armado com um cérebro que consegue
detectar padrões em tudo o que vê, começa a sua busca solitária por uma
ideia original. O talento de Russel Crowe
é tão grande que consegue representar carismáticamente personagens não
carismáticas. Sei que isto parece uma contradição, mas Crowe conseguiu
fazê-lo em “Uma Mente
Brilhante”. Quanto aos restantes
elementos do elenco (especialmente Jennifer Connely, que parece melhorar a cada
performance que faz), oferecem um suporte bastante sólido. Mas este filme é
todo de Russel Crowe. E ele é simplesmente brilhante.” Bruce Kirkland – “Toronto Sun” No filme de Ron Howard, versão
“hollywoodesca” da vida do génio matemático John Forbes
Nash, a única coisa que não é desperdiçada é a oportunidade de fazer um
filme Russel Crowe, ainda
fresco do seu desempenho no filme “Gladiador” (que lhe rendeu um Oscar),
despe-se da faceta de “macho” que o tornou famoso com o papel de gladiador
romano, e habita o perturbado espirito de John Nash, detentor de um prémio Nobel (em 1994) e
lenda viva do imaginário americano. O filme não é apenas uma biografia ou
uma inteligente personificação. É uma performance em carne e
osso em que um talentoso actor personifica, de forma profunda, outro ser humano
permitindo-nos entrar num pesadelo psicológico. Durante décadas, Nash
lutou contra uma demência que chegou a fezer pensar que ele era um espião decifrador de códigos a trabalhar para o F. B. I.. Essa
fase da sua vida é o núcleo deste filme, e a descrição feita por Crowe faz
lembrar alguns filmes de espionagem realizados por Hitchcock.
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Olga Pombo: opombo@fc.ul.pt
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