A comunicação paralinguística
diz respeito à relação entre os sons (ondas sonoras) vocais (no mar da voz) e
(na areia d)o silêncio.
A emissão vocal de sons, seja de interjeições e sons como "hum", "Tchsss", etc., de onomatopeias ou de palavras, permite conjugar uma infinidade de possibilidades sonoras. Para além da riqueza e unicidade do timbre, que define
em grande parte a individualidade do emissor, há ainda um universo imenso
de combinações e variações múltiplas de entoações, projecções, articulações, modulações, alturas, durações, pausas, ritmos, andamentos, intensidades dos sons e dos silêncios que os envolvem
de que nos podemos socorrer.
É como se
todos estes recursos estivessem à disposição do homem enquanto compositor
(que escolhe e funde sons), maestro (que dirige e articula as opções sonoras), interprete
(que executa a sua composição) e ouvinte (que escuta e aprecia os vários desempenhos) da obra comunicativa.

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Entre os sons e o silêncio há
pois um jogo múltiplo e mágico de significados
que se escondem e revelam nas acrobacias da voz.
É por isso que saber falar e saber ouvir é uma arte difícil.
É
por isso que ter prazer em dizer e estar disponível para escutar
são desafios incontornáveis do quotidiano de professores e alunos.
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Propomos-lhe, agora, a audição de meia dúzia
de excertos sonoros captados em contexto escolar, tanto de alunos como de professores,
sons verbais e pequenas palavras associadas a atitudes de aprovação (ex.:
sim, claro) e de negação
(não sei, não faço ideia),
interjeições, interrogações
e exclamações e ainda um "mini-diálogo".
É interessante constatar como
os mesmos sons e as mesmas palavras, em função das nuances expressivas
utilizadas, ganham tão diversas significações: agressivas, dóceis, impositivas,
assertivas, monocórdicas, cativantes, entusiastas, agradáveis.
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