A comunicação proxémica
constitui-se no jogo de distâncias e proximidades que se entretecem entre as pessoas e o espaço. Traduz as formas como
nos colocamos e movemos ums em relação aos outros,
como gerimos e ocupamos o nosso espaço envolvente. A relação que
os comunicantes estabelecem entre si, a distância espacial entre eles, a orientação do corpo e do rosto,
a forma como se tocam ou se evitam, o modo como dispõem e se posicionam entre os objectos e os
espaços, permite-nos capatar mensagens latentes.
Como era de esperar, tambémn na escola este tipo de comunicação tem
importância. Na sua génese, a escola tinha por cenário espaços ao ar livre, ambientes naturais e soltos,
nas praças movimentadas das grandes cidades da antiguidade ou em lugares
recolhidos nos limites das cidades, sob as sombras dos arvoredos. Que caminhos trilhou a escola para se circunscrever
ao espaço fechado da sala de aula, delimitado por quatro paredes, mesas,
cadeiras?
Têm sido amplamente estudados
os efeitos da disposição e gestão dos espaços escolares. As conclusões apontam para a sua influência e contribuição na promoção ou impedimento de determinados tipos de clima, dinâmica de
trabalho, relacionamento interpessoal entre professores e alunos. Por
outras palavras, como toda a
comunicação, a comunicação escolar ganha contornos peculiares conforme o modo como organizamos o espaço à nossa volta.
Por exemplo, a disposição do mobiliário, dos objectos e adornos na sala de aula tem experimentado
grandes modificações: a substituição das carteiras fixas por cadeiras,
o aparecimento de quadros e mesas móveis proporcionaram o aparecimento de
diversos tipos de plantas de sala de aula.
Esperança (1998) fala-nos de quatro categorias
de distâncias que guardamos entre o nosso corpo e o corpo do outro.
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A distância pública é a que reservamos para os acontecimentos em que não nos envolvemos pessoalmente. Nas fronteiras de maior proximidade esta distância pode ir dos 4 aos 9 m. (…) Qualquer entrada nesta área é feita apenas por convite.
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A distância social pode ir do comprimento de um braço até cerca de 4 metros. Um metro a 1,50 m é o que geralmente reservamos para contactos impessoais ou sociais. (…) de 1,5 m a 3,5 m ocorre o contacto ou a separação entre interlocutores: esta é a distância que é possível utilizar como argumento, tanto para o contacto como para a separação: é a distância mínima de trabalho, actividade pessoal.
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A distância pessoal, que pode ir dos 40 cm até aproximadamente 1,20 m, é a distância que se mantém dos amigos mais próximos, marido e mulher, etc. (…)
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A distância íntima que se estende, para lá do corpo, de 15 a 50 cm; a muito poucas pessoas permitimos que cheguem tão próximo de nós. É uma distância que permite um contacto directo - corpo a corpo. Todos os órgãos dos sentidos se inundam de informações sobre o outro, que se encontram tão próximo." (p. 22 e 23)
Seguem-se
algumas imagens que
correspondem a diversas dinâmicas relacionais e articulações espaciais entre os professores e alunos.
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