Criação: No decreto de 17 de Novembro de 1836 vem estipulada a criação de liceus nacionais nos diversos distritos administrativos. No entanto, nem todos os locais tinham edifícios disponíveis para a implantação de um liceu, e Bragança era um desses casos. Para além da ausência de edifícios, havia carência de dinheiros públicos, o que dificultou o estabelecimento de um liceu nesta zona. Em 1844, houve uma reforma da instrução pública, mas de nada serviu, neste caso, pois Bragança continuou sem edíficio para o liceu. Os edifícios públicos eram raros e, os que havia estavam em ruínas. Surgiu então a hipótese de o liceu ir para o extinto convento de S.Francisco, pois este tinha "(...) potencialidades para ser um bom liceu" (Maria Isabel Alves Baptista). No entanto, este edifício havia sido destinado pelo Ministério da Guerra para o Hospital Militar. Devido a este facto, o liceu foi adiado até 1853. Nesta altura, foi o local onde o liceu acabou por ser instalado no Convento das Freiras de S. Bento depois de muitos esforços para isso. As obras de remodelação necessárias ao edifício foram realizadas com o produto de venda da cerca. O liceu ficava na ala nascente do antigo convento, pois para além do liceu, havia outras reparticões naquele edifício, tais como, o Governo Civil e a Policia de Segurança Pública. Por este motivo, o liceu ocupava apenas duas salas do edifício,e a mobília do liceu tinha apenas bancos, mesas e duas bancadas que ja haviam no convento. Então todas as verbas que o liceu recebia anualmente eram destinadas à compra de material. Em 1861, o liceu foi mudado provisóriamente para uma casa alugada, uma vez que o Convento de S. Bento estava em ruínas. Nesta altura começou a construir-se uma biblioteca e a Junta Geral de Distrito contribuiu para tal.
Localização: No início: instalações provisórias Em 1853: ala nascente do Convento de S. Bento Em 1867: Antigo Hospital Militar Em 1911: Antigo Hospital Militar e antigo Colégio dos Jesuítas Em 1927: Antigo Colégio dos Jesuítas Edifício construído para o Liceu Em 1968: Alto da Boavista
Depois de todos estes esforços o liceu foi finalmente instalado num edifício próprio para tal, e as aulas de Filosofia e Retórica e Gramátia Latina começaram então a ser dadas no edifício do liceu. "(...) um passo tardio, mas de muita importância na formação deste estabelecimento, no qual se pretendia que todo o ensino fosse ministrado segundo uma unidade de objectivos e processos, como acontecia no colégio dos jesuítas..." (Barroso, 1995).
Sala de trabalhos Manuais, c.1941 Biblioteca, c.1941 Depois da curta estadia no Convento, fizeram-se esforços para instalar o liceu no antigo Hospital Militar. Este processo foi iniciado em 1857 mas a transferência só aconteceu em 1867. Ao longo do tempo, o edifício do hospital foi sofrendo modificações de acordo com as necessidades do ensino e da população. Importa dividir este periodo em dois momentos:
O primeiro marco foi a criação da Biblioteca referida anteriormente. No entanto, o liceu tinha poucos equipamentos e em 1887, a Junta Geral de Distritos determinou que os objectos (material de laboratório, livros, mobiliário,...) fossem tranferidos da Quinta Distrital para o liceu. Em 1903, começaram as obras na cerca do Liceu de Bragança para a construção de um horto botânico e de um ginásio. No entanto, havia várias dificuldades, nas quais é de destacar a falta de salas próprias para o ensino da disciplina de Desenho. Em 1911/12 o liceu passou a funcionar em dois edifícios. As aulas de Ginástica funcionavam com improviso, pois não havia um local específico para a prática de Ginástica. Na cerca do edifício havia um edifício construído para a prática de ginástica, no entando, este ainda não tinha sido entregue ao Estado. Para proporcionar ao edifício as condições higiénicas e comodidades indispensáveis para ensinar e aprender, em 1907/08, o reitor recorreu a uma verba retirada do expediente do liceu para fazer obras. A Câmara e as instâncias superiores ajudaram para o conserto dos telhados do edifício. No ano seguinte, o ginásio foi dividido em 2 partes. Um para a ginástica sueca, e outro para o gabinete de Física e aulas. Nesta altura, o liceu já não tinha locais para todos os alunos e foi então necessário fazer obras para poder ter mais lugares para a permanência dos alunos nos intervalos. Em 1910/11, o liceu ficou dividido. Os alunos da primeira secção passaram a ter aulas no antigo colégio dos Jesuítas. Em 1911, como já havia sido mencionado e em virtude da elevação do liceu a "central", passou a haver o Liceu de Baixo (antigo Hospital Militar) e Liceu de Cima (antigo Colégio dos Jesuítas). Esta situação durou até 1927. Nesse ano efectuou-se a mudança do liceu para um novo local. Este localizava-se no centro da cidade, no entanto não tinha as condições necessárias para o funcionamento de um liceu. Mas a Junta Geral do Distrito de Bragança contribuiu com verbas para se irem fazendo obras para adaptação do edifício às necessidades do liceu. Estas obras ficaram completas em 1955. No entanto, o liceu continuou sem recreio para alunos e alunas sem campo de jogos. Ao longo das décadas de 40 e 50, foram feitos melhoramentos, sendo de destacar o aquecimento e a electrificação. os equipamentos foram também melhorados. Em relação ao mobiliário, as carteiras duplas muito antigas, foram substituídas por carteiras individuais. A biblioteca era um local de extrema importância, mas com o tempo e devido à sobrelotação do liceu, esta foi transformada em sala de aula.
Anfiteatro de Física
Edifício do Liceu, Pavilhão poente (instalações liceais entre 1927 e 1968)
Conclusão:
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Olga Pombo: opombo@fc.ul.pt
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