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Os Intelectuais na Idade Média

            A época medieval em França era caracterizada por um grande poder que a Igreja católica tinha na sociedade, tanto a nível de religião como a nível da política e da economia.

            As escolas e os Intelectuais  centravam-se nos centros urbanos do reino, nomeadamente em Laon, Reims, Chartres e Paris.

            Paris, principalmente, era o centro dos mestres e estudantes, com as suas escolas de Saint-Julien-le-Pauvre, Saint Victor, Mosteiro de Saint Geneviève, Mosteiro de Notre-Dame.

            Foi também aqui que o Filósofo e Intelectual, Pedro Abelardo, estudou e ensinou a maior parte da sua vida.

            Esta época Medieval, foi marcada por uma transição no desenvolvimento de novas escolas e novas ideias no ensino das letras. 

            A definição de Intelectual na Idade Média estava relacionado com o pensador que elaborava e difundia a doutrina do socialismo, concentrava os ouvintes em grupos, dirigia o movimento revolucionário. Um deles foi Abelardo, que tal como outros Intelectuais desta época, eram vistos como agitadores e perversores da ordem cristã, abertos a todas as formas de oposição dos conceitos tradicionais da religião e da filosofia.

            Este grupo de Intelectuais, denominados os Goliardos, aprendiam com o mestre que lhes agradava, andavam de cidade em cidade, os seus discursos atacavam tanto a sociedade como a Igreja católica, atingindo o imoralismo  provocatório, a obscenidade, o elogio do erotismo, a negação dos ensinamentos da Igreja e da moral tradicional.

            A poesia Goliarda atacava os eclesiásticos, os nobres, os camponeses, o papa, os bispos, os monges.

            Defendiam o Império do Rei face ao poder da Igreja. Atacavam o poder do papa, tanto por se apoiar no poder do dinheiro, como por se apoiar no antigo poder da terra. Atacavam os monges, acusando-os de maus hábitos como, a gula, a preguiça, a luxúria.

            Estes Intelectuais urbanos, trocavam, tal como fez Abelardo, as armas das guerras e os combates, pelos torneios da dialéctica e os combates do espírito.

            Pedro Abelardo, como Intelectual do século XII, orientou a filosofia e a dialéctica para novos moldes de pensamento mais próximos de concepções racionalistas. A sua filosofia era caracterizada por unir razão e fé, o que trouxe um novo alento para a construção mental do homem medieval.

            Os Goliardos lançaram temas para o futuro do século XII, como a moral natural, a libertinagem de costumes ou de mentalidade, a crítica da sociedade religiosa.

            No século XIII os Goliardos desapareceram, pois as suas tendências específicas para a crítica destrutiva estavam em confronto com a fixação do movimento intelectual nas Universidades, nos centros urbanos. 

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Olga Pombo opombo@fc.ul.pt