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Primeira proposição:

 «Qualquer círculo é equivalente a um triângulo cuja altura e base são o raio e a circunferência do círculo.»

A base do triângulo é a circunferência rectificada, isto é, endireitada, ao passo que a altura é o raio. Mas, então, a área do triângulo é igual à área do círculo. 

Vejamos: o triângulo tem por base pd = 2pr, se com d e r indicamos o diâmetro e o raio da circunferência; mas a área de um triângulo é a base vezes a altura divididas por dois. No nosso caso é, por isso, 2pr x r/2 = (2pr2)/2, isto é, pr2 (área do círculo).
Arquimedes prossegue com este trabalho no tratado Do Método onde escreve: "Desde o momento em que qualquer círculo é equivalente a um triângulo tendo por base a circunferência e por altura o raio, qualquer esfera é equivalente a um cone tendo por base a superfície e por altura o raio da esfera".

Segunda proposição:

 «A relação do círculo com o quadrado circunscrito é próxima da relação de 11 com 14».

Atendendo à época, em que os cálculos da área do círculo eram remetidos para o quadrado, este é um resultado muito importante e nada banal.

Se o quadrado vale 14 então o círculo vale mais ou menos 11.

Terceira proposição:

 «O perímetro de qualquer círculo é igual ao triplo do diâmetro aumentado de um segmento compreendido entre os dez sessenta e um avos e o sétimo do diâmetro».

Este resultado dá-nos o valor de p por defeito e por excesso.

É desta forma genial que Arquimedes é considerado por Michel Serres "o mestre presente, passado e futuro, da fígura-símbolo da geometria".

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Olga Pombo opombo@fc.ul.pt