|
Ainda a
dormir, Descartes apercebe-se que está a sonhar e interpreta este último sonho do
seguinte modo: o Dicionário significaria a reunião de todas as ciências; o Corpus
Poetarum, a união entre a filosofia e a sabedoria; o Est e Non, o sim e o não,
representariam a necessidade de opção entre a verdade e a falsidade na ciência.
Que sentido atribuir a estes
sonhos? Que significado oculto poderão eles esconder? Que terá, de facto, Descartes
descoberto nesse dia 10 de Novembro de 1619? Que entusiasmo o levou a deitar-se com o
espírito perturbado e ter três sonhos consecutivos a que deu uma importância decisiva
para a sua vida?
As opiniões divergem quanto a esta
questão.
- Terá sido a descoberta da ideia da constituição
de uma Mathesis Universalis, isto é, da unidade do corpo das ciências?
- Será que Descartes descobriu, com o princípio da
Geometria, a generalidade do método, apercebendo-se que o método se aplica, não só às
coisas matemáticas, mas também às coisas físicas e espirituais?
- Ou, simplesmente, será que Descartes descobriu a
sua vocação filosófica, que estes três sonhos foram como que a revelação simbólica
de que deveria consagrar a sua vida à missão de filosofar?
Voltar ao Índice
Voltar à Cronologia
|