Olhando,
superficialmente, a gravura em madeira
de topo Dragão, descreve simplesmente
um pequeno dragão alado, bastante
decorativo, que está sobre cristais de
quartzo. Mas este dragão especial
enfia a cabeça directamente através de
uma das asas e a cauda através do
ventre. Logo que tomamos consciência
de que isto acontece por uma singular
forma matemática, aproximamo-nos do
significado da gravura. Mas, também
aqui, como noutras figuras de Escher,
temos de pensar que o dragão é
completamente plano. Ele é
bidimensional! Estamos, todavia, tão
acostumados a ver representadas as
imagens de coisas tridimensionais nas
duas dimensões dum papel de desenho,
duma fotografia ou dum écran de
cinema, que vemos realmente o dragão
em três dimensões. Pensamos ver onde
ele é grosso ou fino e podíamos mesmo
calcular o seu peso. Uma determinada
composição de nove linhas, é por nós
momentaneamente tomada como um objecto
de três dimensões, isto é, um cubo.
Pura ilusão. Isso é o que Escher
procura demonstrar nesta estampa do
dragão. |