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Carcharocles: Género de peixes
elasmobrânquios, de tubarões. Os tubarões deste género existiram durante
o
Miocénico e o
Pliocénico, desde cerca
dos 25 Ma (milhões de anos) até cerca dos 2,5 Ma. Contudo, a datação
exacta da extinção destes tubarões é tema de aceso debate entre os
paleontólogos.
Estima-se que os tubarões da espécie Cacharocles megalodon
(também conhecidos como Cacharodon megalodon) pudessem ter
atingido os 16 m de comprimento, talvez mais... Actualmente, os
tubarões-brancos medem, no máximo, cerca de 5 m. O maior tubarão da
actualidade é o
tubarão-baleia (Rhincodon
typus) com apenas 12 de comprimento máximo. O
tubarão-baleia é inofensivo, alimentando-se de plâncton, por filtragem,
enquanto o Carcharocles megalodon seria um predador activo
temível. Com base em fósseis de vértebras de baleias neogénicas com
marcas de dentadas produzidas por grandes dentes serrilhados, supõem-se
que as presas principais destes tubarões seriam cetáceos.

Comparação das dimensões de um Carcharocles
megalodon, de um tubarão-branco (Carcharodon carcharias) e de um
mergulhador
Os tubarões são peixes cartilaginosos, por isso, o
registo
paleontológico destes
animais é, sobretudo, constituído por
fósseis de dentes, as
únicas estruturas mineralizadas do seu esqueleto.
Em Portugal, por vezes, encontram-se fósseis destes
tubarões nos sedimentos
miocénicos da região de
Lisboa e da Península de Setúbal (Almada, Sesimbra, etc.) e do Algarve.
Também foi registada a ocorrência de um dente de Carcharocles no
Pliocénico da Marinha Grande.

Dentes, à escala, de Carcharocles megalodon,
de tubarão-branco e de um humano
Os maiores dentes fossilizados conhecidos
destes peixes têm cerca de 19 centímetros de altura! No
Museu Geológico do INETI,
em Lisboa, existe um
dente fossilizado de um
destes tubarões, proveniente do Miocénico superior da região dos Olivais
(Lisboa), com 15 cm de altura.
Os fósseis dos dentes de tubarão estão intimamente
ligados ao nascimento da Geologia como ciência.
Os fósseis de conchas e de búzios, por se tratarem de
estruturas familiares, desde muito cedo foram identificados por vários
naturalistas como sendo conchas petrificadas de bivalves e de gastrópodes.
Pelo contrário, a interpretação dos restos fossilizados de vertebrados, por
serem menos conhecidos, era mais difícil.
Até meados do séc. XVII os dentes de tubarão
fossilizados eram identificados pelas lendas populares, entre outras coisas,
como línguas petrificadas de serpentes:
glossopetrae ou
"línguas de pedra". Em 1667,
Nicolaus Steno (1638-1686)
publicou, pela primeira vez, o estudo anatómico de um tubarão. Nesse estudo
ele figurou a cabeça do tubarão que havia dissecado, assim como os seus
dentes, salientando a sua semelhança com aquilo a que então se chamava
vulgarmente "línguas de pedra". Daí em diante ficou claro que as
glossopetrae eram fósseis de dentes de tubarão.

Nicolaus Steno e a sua ilustração da cabeça e
dos dentes de um tubarão
Fóssil (substantivo masculino): Todo e
qualquer vestígio identificável, corpóreo ou de actividade orgânica, de
organismos do passado, conservado em contextos geológicos, isto é, nas
rochas (do Lat.
*fossile <
fossu, cavado, retirado do chão cavando).
Tipos
básicos de fósseis:
somatofósseis e
icnofósseis.
Carcharocles megalodon e fósseis na Internet
Carcharocles
ou Carcharodon
?
Carcharocles megalodon - Calvert Marine Museum
C.
megalodon - San Diego Natural History
Museum
Glossopetrae -
Natural History Museum, London
Paleontologia no
Departamento de Geologia da FCUL
Museu de História Natural da Universidade de Lisboa
Introducción a la
Paleontología
Palaeobase. Database
of fossils
Discovering Dinosaurs
Dino Directory - NHM
London
Carlos Marques da Silva - Lisboa, 02 de Outubro de
2006