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Mineralização:
Processo
tafonómico,
fóssil-diagenético (isto é, pós-enterramento) que, por alteração ou adição
mineralógica, origina petrificações de restos esqueléticos (com natureza
orgânica ou biomineralizada) e de
vestígios de actividade biológica
(originalmente de composição orgânica ou biomineralizados).
O resultado final da mineralização é aquilo
a que, vulgarmente, se chama, petrificação.
Enquanto nos
moldes apenas as superfícies
e/ou as cavidades dos elementos esqueléticos são reproduzidas, nas
mineralizações o produto final é um fóssil do próprio elemento esquelético:
uma petrificação de uma concha, de um dente, de um tronco de árvore, etc. Numa
mineralização conserva-se, pelo menos vestgialmente, a estrutura interna
original do resto esquelético fossilizado.
Mineralizações de conchas de moluscos.
Miocénico, Costa de Caparica
Certos
vestígios de actividade orgânica
também podem mineralizar, nomeadamente, todos aqueles que não resultam de
interacção com o substrato (duro, móvel ou plástico). Por exemplo, as cascas
de ovos de dinossáurio (originalmente biomineralizadas) podem mineralizar;
os excrementos (originalmente de natureza orgânica, não biomineralizada)
também podem mineralizar, originando coprólitos.
Coprólito (excremento fossilizado) de mamífero.
Miocénico, EUA
Consoante o grau de conservação da
estrutura original do resto esquelético
fossilizado, distinguem-se
dois casos básicos de mineralizações: recristalização e epigenização.
Recristalização
Nas recristalizações o resultado final apresenta perda
significativa da estrutura original.
Um exemplo típico é a calcitização de conchas de bivalves
e de gastrópodes originalmente aragoníticas. A aragonite (CaCO3)
é um mineral mais instável, mais solúvel que a calcite (também CaCO3)
e, frequentemente, é totalmente dissolvida (originando
moldes) ou transformada em
calcite. No segundo caso, como resultado da transformação da aragonite em
calcite, operada em contexto geológico, i.e., na crosta terrestre, a
estrutura interna original do elemento esquelético biomineralizado é
totalmente obliterada. Resultado final: uma recristalização.
Recristalização da concha de um gastrópode num
calcário.
Cretácico, Loures
Epigenização
Nas epigenizações o resultado final apresenta
conservação
significativa da estrutura original do elemento mineralizado.
Consoante o produto final (a mineralização) apresente ou
não vestígios do material biomineralizado original, distinguem-se dois tipos
de epigenização:
> Permineralização
Nas permineralizações a epigenização dá-se por adição,
por impregnação e precipitação, de novos minerais nos interstícios e nos
micro-espaços vazios no interior da parede do resto esquelético. Neste caso,
o material biomineralizado original conserva-se (pelo menos em parte),
sendo-lhe acrescentados novos elementos minerais em contexto geológico.
É por isso que as conchas fossilizadas (e os ossos, e os
dentes, etc.) são mais densas que as originais, porque, para além do
material biomineralizado original da concha, os seus interstícios estão
impregnados por minerais (diagenéticos) adicionais.
Exemplos de fósseis que mais frequentemente se encontram
sob a forma de permineralizações: fósseis de conchas, de ossos, de dentes,
de cascas de ovo de dinossáurio, etc.
Ossos permineralizados de dinossáurio num
conglomerado.
Cretácico, EUA
> Pseudomorfose
Nas pseudomorfoses, em regra, não há conservação do
material esquelético original (orgânico ou biomineralizado), sendo este
totalmente substituído por novos minerais.
Um exemplo de pseudomorfose são os troncos silicificados
de árvores. Neste caso, a celulose do esqueleto orgânico da planta é
totalmente substituída por sílica. Os espaços vazios originais são também
preenchidos por sílica. Assim, a estrutura interna do tronco é preservada (é
uma epigenização), mas a celulose original não (pseudomorfose).
Exemplos de fósseis que mais frequentemente se encontram
sobre a forma de pseudomorfoses: fósseis de troncos de árvore silicificados,
fósseis de conchas piritizadas por FeS2
(originalmente calcíticas ou aragoníticas, CaCO3).
Secção de madeira fossilizada, silicificada.
Triásico, EUA
Paleontologia na Internet
Paleontologia
no Departamento de Geologia da FCUL
Museu de História Natural da Universidade de
Lisboa
Paleontologia e História da Terra
Royal Tyrell Museum
Carnegie
Museum of Natural History. Paleontology
Museo
Paleontológico de Aragon
The Paleontology Portal
The Earth
Pages. Paleobiology: A Synthesis
Paleontología
Hispana
Palaeobase. Database of fossils
Discovering
Dinosaurs
Ammonites du
Jurassique infériour
Paleontologia e História da Terra
Introducción a
la Paleontología
Carlos Marques da Silva - Lisboa, 07 de Outubro
de 2006