David Helfgott nasceu em Melbourne, na Austrália, a 19 de Maio de 1947, numa família hebraica de origem polaca. Aos cinco anos mudou-se para Perth. Foi aí que revelou ser um talentoso pianista. Estudou piano sob orientação do pai, continuando posteriormente com Madame Alice Carrard.

David e seu pai, Peter

 

 

 

 

Na adolescência, David ganhou seis vezes as finais estatais da ABC Instrumental and Vocal Competition (Competição Vocal e Instrumental ABC). Isaac Stern, ficou tão impressionado com a actuação do pequeno prodígio aos 14 anos, que o convidou para estudar nos Estados Unidos da América. Cinco anos depois, em 1966, vai para Londres  estudar na Real Academia de Música com Cyril Smith.

Biografia

David Helfgott

A fumar nervosamente, ele produziu alguns sons discordantes no piano, e enquanto as pessoas do restaurante começavam a ridicularizá-lo, David lança-se numa peça de Rimsky Korsakov. Foi uma noite histórica no restaurante.  David recebeu uma grande ovação e tocou por mais de quatro horas sem parar.

Continuou a tocar piano em privado, algumas vezes dez horas por dia, no seu pequeno alojamento, onde vivia com mais sessenta pacientes psiquiátricos. A sua carreira musical recomeça surpreendentemente em 1983 em Perth quando um Chris Reynolds lhe pede para substituir um pianista num restaurante.

Em 1970, durante um exame final, no qual interpretou o terceiro concerto de Rachmaninov [Rachmaninov's Third Piano Concerto], sofre um colapso nervoso e por razões de saúde é forçado a voltar à Austrália, passando 10 anos da sua vida numa clínica psiquiátrica.

Em Junho de 1984, dá o seu primeiro grande recital em doze anos. É também neste ano que conhece Gillian Murray  com quem, alguns meses depois, se casa.

Dois anos depois, volta aos EUA para estudar com o grande pedagogo Peter Feuchtwanger, fazendo vários recitais em Londres, Bona, Viena, Budapeste e Copenhaga.
 

David e Gillian

Em 1991, o CD de David "Liszt, Rachmaninov, Chopin" foi nomeado para um prémio australiano Aria [Australian Recording Industry Association], sendo o primeiro músico clássico individual a receber esta honra. Volta para a Dinamarca, em 1995, para fazer uma gravação ao vivo do terceiro concerto de Rachmaninov.

 

Com a divulgação do filme Shine (1996), David Helfgott torna-se conhecido e adorado em muitos países, tendo muitas vezes como público pessoas que não pertenciam ao círculo tradicional da música clássica. David tocou para plateias numerosas, causando a excitação e participação do público.
O terceiro CD de Rachmaninov de David foi Best-seller, tal como a banda sonora do filme Shine. Em 1997 esteve no topo de vendas de artistas clássicos. O The New York Times nomeou-o como o “Mais Influente Músico Clássico do Ano”, e a revista Billboard designou-o como o “Músico Clássico do Ano”. Entre outros prémios, foi dado a David o prémio Time for Peace no Carnegie Hall, escolhido pelos embaixadores das Nações Unidas.
Em 1999, fez uma tournée pelo Japão, Canadá, Suiça e Portugal.
 

Gillian Helfgott descreve o seu marido como “um génio absolutamente inesquecível, irresistível, afectuoso, desesperadamente pouco prático, que não sabe o que é maldade ou desonestidade”. Ela cuida de David como uma flor rara, acreditando que os “artistas excelentes precisam de cuidado especial e apoio, para que possam florescer até alcançar o seu total potencial.”
 

Scott Hicks e David Helfgott


Site oficial de David Helfgott:

 www.davidhelfgott.com

 

 

Helfgott vive no seu mundo, sempre nervoso, fala sem parar e a grande velocidade, um diálogo pouco coerente, repete palavras ou frases. Durante um concerto, fala, canta ou emite sons estranhos. Mas toca com a alma. Ao terminar uma obra, mostra a sua alegria com gestos de menino que conquistam a simpatia do público.

"I was born fragile, father said. I was just born that way. He said i was a nervous baby. Just born like that."

                                                                                                 David Helfgott

 

[Eu nasci frágil, disse o pai. Eu simplesmente nasci assim. Ele disse que eu era um bebé nervoso. Simplesmente nasci assim.]