Comparemos, por exemplo, a evolução da postura
de mestres e alunos em imagens de universidades medievais, as suas posições
relativas.
O professor está sentado, numa cadeira grande, anunciadora de futuros
poderes, mas ainda colocada ao nível do solo. As suas vestes dão sinal
do seu estatuto. A sua postura é
ainda cordial, o seu gesto amável e acolhador para a figura dos
alunos. Os alunos, de pé, estão activos. Participam da lição.
São eles que têm os livros. São eles que lêem. Entre professor e
alunos, a estante móvel, o instrumento didáctico. |
O professor está sentado numa cadeira num nível superior. Tem já uma cátedra e é dela que ele fala, discorre,
diz. Os alunos, sentados no chão, escutam. Estão atentos, solicitos, não ainda
reverentes. Por isso, a férula na mão do mestre. Para impor uma ordem
que ainda não está garantida à partida.
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O professor está já no alto da sua cátedra, já rodeado de assistentes,
monitores, oficiais de uma instituição que reforça cada dia os seus
poderes. Mas os alunos, de pé, ainda discutem, ainda
falam uns com os outros, ainda não estão obrigados a uma disciplina
rígida de silêncio. |
O professor, num nível superior, ao centro.
Ele é a fonte única do discurso. Em baixo, um auxiliar impõe a ordem.
Os
alunos estão sentados, em cadeiras próprias, alinhados já em
filas, guardando silêncio.
As novas posturas não enganam. Alguma coisa acabou de se perder. |
E comparêmo-las com a imagem matricial de um professor e de um
aluno num antiquíssimo (e belíssimo) baixo relevo romano.
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Parece
que tudo está invertido.
O professor escuta. É o aluno que fala.
O professor parado, o aluno em movimento.
O professor atento, interessado, surpreendido mesmo.
Afinal, é ele quem mais aprende.
E, que dizer, do leve sorriso que banha a sua face?
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Que nos aconteceu?
Que tipos de professores mais recentes podemos encontrar ?
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