Contra os Sofistas

 

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Contra os Sofistas é um dos discursos mais técnicos de Isócrates. Apesar de o seu objectivo fundamental ser a critica aos Sofistas, este discurso foi também uma forma de propaganda da sua escola, do tipo de ensino ministrado e das funções aí estabelecidas para o discípulo e para o mestre.

Alguns excertos 

  1. Se todos esses que tratam da educação pudessem dizer a verdade, sem fazer promessas superiores aos resultados que eles pretendiam obter, eles teriam melhor reputação aos olhos do grande público.

3. Os erísticos pretendiam convencer os jovens de que se os procurassem, então, eles saberiam o que deviam fazer e graças à sua ciência tornar-se-iam felizes.

4. Se eles vendessem um ou outro objecto a um preço muito inferior ao seu valor, não contestariam; e quando eles vendem a virtude e a felicidade a tão baixos preços, pretendem ser inteligentes e tornar-se professores dos outros. Segundo eles, não precisam de bens materiais.

9. Não são só eles, mas também aqueles que prometem ensinar a eloquência pública, que é necessário criticar. Porque estes últimos, sem terem em conta a Verdade, pensam que a ciência consiste em atrair o máximo de pessoa possíveis pelo baixo salário e a grandeza das declarações.

10. Nesse poder (de ensino dos sofistas), eles não atribuíam nenhum valor, nem à experiência, nem às aptidões do discípulo e, além disso, pretendem transmitir a ciência do discurso da mesma maneira que transmitiam a da escrita, sem ter examinado o que são essas duas coisas.

14. Se for preciso, não contente por acusar os outros, eu mostro o meu próprio pensamento. Eu acho, de acordo com todos os homens razoáveis, que muita gente depois de ter estudado filosofia ficou na mesma condição intelectual. Outros, sem terem jamais frequentado nenhum Sofista, tornaram-se bons oradores e políticos hábeis. E que a faculdade de elaborar discursos e, em geral, de agir, aparece nas pessoas dotadas de qualidades naturais e aqueles que se exerceram com a experiência.

15. Aqueles que são menos dotados não poderão tornar-se, com a educação, bons críticos nem inventores de discursos, mas podem fazer progressos, o que os torna mais reflectivos sobre muitos pontos.

17. O aluno, além das qualidades naturais necessárias, deve conhecer os procedimentos do discurso e exercer o seu uso. O mestre deve ser capaz de expor os procedimentos exactos, de tal maneira que ele não se esqueça de nenhum dos pontos a ensinar.

21. E que nenhum pense que eu acho que a virtude pode ser ensinada: em geral, eu acho que não há nenhum método que possa provocar a sabedoria e a justiça (...) mas eu não acho que o estudo da eloquência pública pode incentivar e facilitar o seu exercício.