Sócrates, cidadão de Atenas

  

        Sócrates, foi um cidadão exemplar de Atenas, no entanto a cidade que tanto amou acabaria por condená-lo à  morte. Esta página, mostra algumas imagens de Atenas e explica quem foi Sócrates como cidadão de Atenas.

 

 

Mapa de Atenas
Imagens de Atenas
Sócrates cidadão de Atenas

 

 

Mapa de Atenas

       A figura representa um mapa da cidade de Atenas, no século v a.C:

O território de Atenas:

 

       Algumas imagens da cidade de Atenas:

 

Templo do Parténon de Atenas:

 

Teatro de Atenas:

 

 

Paisagem de Atenas:


Sócrates cidadão de Atenas

        Cícero relata que Sócrates costumava responder a quem lhe perguntava qual era a sua pátria: a terra inteira, querendo com isto dar a entender que se considerava cidadão do mundo.
   
     Gordo, feio, desleixado, descalço, Sócrates passou a sua vida nas ruas e praças de Atenas: «de manhã ele vai aos passeios e aos ginásios; na hora em que o mercado fervilha vai até ao ágora e passa o resto do dia no lugar em que deverá encontrar mais gente», escreve Xenofonte. Isto é, se Sócrates não escreveu nada, em contrapartida falou muito, e com toda a gente, do artesão ao político: interrogava, argumentava, discutia. Sócrates queria que o homem actuasse em função de valores, o que equivale a dizer que a sua tarefa, a sua «missão», à qual, de resto, ele atribuía uma origem divina, foi a de educador na Cidade. Pois ao longo de dezenas de anos, ele não quis senão tornar os seus concidadãos melhores.

       Desde a juventude, Sócrates tinha o hábito de debater e dialogar com as pessoas de sua cidade. Ao contrário de seus predecessores, Sócrates não fundou uma escola, preferindo também realizar seu trabalho em locais públicos (principalmente nas praças públicas e ginásios), agindo de forma descontraída e descompromissada (pelo menos na aparência), dialogando com todas as pessoas, o que fascinava jovens, mulheres e políticos de sua época.

    Mas para mais informações acerca do método de Sócrates consulte no índice do trabalho: Método Socrático.

 

        Ateniense, Sócrates era-o efectivamente, dos pés à cabeça. Numa época em que todos os grandes intelectuais viajavam, médicos, sábios, professores, artistas, ele só se afastava da sua Cidade para cumprir os seus deveres militares. Numa época em que todo o pensamento ilustre devia submeter-se à prova do cosmopolitismo, ele submeteu o seu à prova da sedentaridade.

        Mas quem diz Atenas diz, antes de mais, um Estado em que a própria cidade não ocupava senão uma ínfima parte da sua superfície. Ora não era apenas ao Estado e à sua história que Sócrates ligou o seu destino, nem sequer à nação e às suas crises, mas sobretudo à cidade em si mesma, intra muros, com a sua efervescência e os seus mil e um encontros imprevistos. Sócrates era sedentário mas citadino.  A Fedro, que se admirava com isso, ele confiou:

         «Gosto de aprender, sabes? O campo e as árvores não se prestam a ensinar-me nada, mas os homens da cidade sim» (Platão, Fedro).
   
         Em vez de campos e terras há ruas e casa, e em vez de flores e animais, há homens e mais homens. Já não são os mistérios da matéria ou da vida que surpreendem, mas sim os homens, esses homens que se agitam e actuam; são eles que devem ser objecto de interrogação, e eles pelo menos respondem-vos. Andam de um lado para o outro - para onde vão? -, amam-se e matam-se uns aos outros - o que os leva a isso? -, cruzam-se, encontram-se e trocam na praça pública os seus bens ou as suas ideias: que dizem eles e como é que essa agitação funciona? Não param de falar, sobretudo em Atenas, e não só do tempo, mas também dos seus projectos e dos seus desejos, da administração da sua casa ou da Cidade. De «física», a vossa filosofia passa a «moral», a vossa meditação solitária transforma-se em diálogo. 

        Assim era Sócrates, filósofo urbano: mandava para o diabo o céu e as estrelas lá do alto, era a moral no interior dos homens que lhe interessava. Ele ía aonde estavam os atenienses, a casa deles nos banquetes, ao ginásio ou às salas de desporto, e sobretudo à ágora, as mulheres estavam em casa com os filhos, os homens-livres ocupados  terminavam os seus afazeres no princípio da tarde, os escravos trabalhavam para o bem de todos e da paz pública, em suma, reinava a ordem ateniense. Sócrates dedicava-se então ao prazer da ociosidade e da conversa com os outros. Foi um dos cidadãos de Atenas, senão o maior, que mais amou  e lutou pela sua cidade.

     

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Olga Pombo opombo@fc.ul.pt