Mostrou pela primeira vez possuir forte pendor para a matemática aos 15 anos. Maravilhado, o seu professor de então foi um dia ter com a sua mãe e disse: "Madame, votre fils est un mathématicien." Contudo, em 1871, passou os exames do primeiro grau quase reprovando a matemática, quando se confundiu com uma pergunta simples sobre séries geométricas. Redimiu-se pouco depois ao ganhar o primeiro prémio em matemática nos exames para a Escola de Silvicultura sem ter tirado quaisquer apontamentos nas aulas.
No término da sua estadia em Caen, casou com Mlle Poullain dAndecy. Desta união nasceram três meninas e um rapaz, vindo este a revelar-se um brilhante aluno da Escola Politécnica. Finalmente, em 1881, fixou-se firmemente na Universidade de Paris, onde reinaria como líder incondicional da matemática francesa e provavelmente mundial. Poincaré era um unificador, um investigador de princípios gerais, o último dos tradicionalistas e o primeiro dos modernos. Percorreu praticamente toda a matemática da época: equações diferenciais, teoria dos números, análise complexa, mecânica, astronomia, física matemática. As suas obras completas incluem mais de 400 livros e artigos, muitos deles de grande extensão. A 17 de Julho de 1912, na sequência de uma operação, sofreu uma embolia. A morte destruiu em alguns instantes este cérebro genial. Um seu contemporâneo, Paul Painlevé, afirmou: "com o maior matemático francês desaparece um homem cujo pensamento conseguiu abraçar todos os outros, compreender e desenvolver tudo o que a mente humana consegue hoje entender. É este o motivo pelo qual este desaparecimento prematuro, no auge da sua força intelectual, é um desastre." (Cit. in Appell, 1925:118)
Consagrada unicamente ao trabalho cientifico e à família, a vida de Poincaré foi uma meditação intensa e ininterrupta. Ela permanecerá para sempre como um objecto de admiração e um exemplo para a juventude.
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Olga Pombo: opombo@fc.ul.pt
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