
Bertrand Russell
casou-se quatro vezes. A sua
vida pessoal foi marcada por alguns casamentos infelizes e pela tragédia do seu filho
mais velho.
O
seu primeiro romance terminou pelo casamento com Alys Whitall Pearsall Smith em 1894, apesar de uma vigorosa oposição da família, que o
encaminhou para um posto diplomático em Paris numa tentativa de romper a relação.
Alys,
irmã de Logan Pearsall Smith e membro de uma família americana pertencente à seita
Quaker, foi uma fervorosa representante dos direitos da mulher.
O casamento durou dezassete anos mas legalmente divorciaram-se em 1921. |

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Em 1911, Russell
jogou fora as suas inibições e começou um longo affair com Lady Ottoline
Morrell, deixando de lado a sua formação puritana. À medida que a paixão começou a
desvanecer-se ela tornou-se uma amiga e confidente para toda a vida. Revoltando-se contra
todas as repressões vitorianas, Russell teve muitos affairs a partir de 1914,
lutando pela libertação dos homens e das mulheres face à repressão sexual. Russell
continuou até ao fim da vida a defender a liberdade pessoal contra a opressão, a
educação e a opinião pública.

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Em
1920 Bertrand Russell foi convidado a fazer uma série de conferências na Universidade de
Pequim. Passou então nove meses na China, tendo estado de cama a maior parte desse tempo,
em convalescença de doenças graves que o atacaram em série. Enquanto esteve doente
começaram a circular boatos sobre a sua morte, e Russell teve o duvidoso privilégio de
poder ler comentários necrológicos a respeito de si próprio. Dora Winifred Black foi sua companheira na
China. Casaram-se
quando regressaram a Inglaterra, ainda em 1921. O casal teve dois filhos, John Conrad
nascido em 1921, e Katherine nascida em 1923.
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John tornou-se
irremediavelmente doente a partir dos seus vinte anos e os últimos da sua vida passou-os
com esquizofrenia.
O nascimento dos dois filhos leva-o a interessar-se pelos problemas da
educação, materializando esse interesse pela abertura de uma escola experimental para a
educação de crianças em 1927. Estava convencido de que a educação tinha de sofrer uma larga revisão no que respeita a
métodos e fins a atingir. Os anos de vida familiar e a escola experimental que abriu, com
a colaboração da sua mulher Dora, foram muito proveitosos para o seu trabalho. A década
que meneou entre 1921 e 1931 assistiu à publicação de quinze livros abrangendo todo o
conjunto dos seus trabalhos na area do pensamento social e incluindo alguns de divulgação. Além disso concorreu a
duas eleições como candidato por Chelsea - Trabalhista Independente - em 1922 e 1923,
batendo-se, entre outras coisas, pelo reconhecimento da União Soviética. (Foi derrotado
das duas vezes.)
Em 1931, pouco depois da morte de seu irmão, era o 3.º Conde Russell.
No entanto, não considerava importante o título herdado, e o seu primeiro discurso na
Câmara dos Lordes só foi feito em 1937.
A escola em Beacon Hill, perto de Petersfield, England, não teve sucesso. Nem Russell nem
a sua mulher conseguiram ser administradores práticos. Ao fim de alguns anos Russell
deixou de participar nestes assuntos. Dora Russell, de quem se divorciou em 1935 após
uma separação de quatro anos, continuou a gerir o colégio até 1939.
Entretanto, em 1936, Russell casa-se com a sua secretária-investigadora Helen Patricia Spence, tendo publicado em conjunto The
Amberley Papers, editado em 1937. Seu filho Conrad nasceu nesse mesmo ano e é
hoje 5.º Conde Russell, um distinto historiador e um activo, progressivo membro da Casa
dos Lordes. Bertrand Russell foi com a mulher para os Estados Unidos e os filhos
juntaram-se-lhe um ano depois.
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À direita Bertrand
Russell com o seu filho Conrad em Agosto de 1942.
À esquerda Russell com a
sua mulher Patricia e o seu filho Conrad, em Abril de 1945. |

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Lady Constance
Malleson (mais conhecida por 'Colette'), com quem Russell manteve um escaldante affair,
durante a Segunda Grande Guerra Mundial. Actriz de sucesso, Collete recusou o pedido de Russell para ter filho.
Mais tarde expressou o seu arrependimento a Russell pelo factos de ambos
nunca terem casado e descreveu o dia em que soube do quarto casamento de Russell, com
Edith Finch, como "o pior dia da sua vida".
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Em
1952, começou uma nova era para Bertrand Russell com o divórcio de Patricia e o seu
casamento com a escritora americana Edith Finch,
que lhe trouxe muita felicidade. Essa época caracterizou-se por um aumento da sua
actividade política de criador. O pessimismo que mostrou nos anos trinta e durante os
turbulentos anos de guerra foi rapidamente esquecido e, durante os anos cinquenta,
substituído pelo seu inato optimismo e fé na humanidade.
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