Fenómeno de osmose em células de plantas
Movimento da água num tecido

INTRODUÇÃO

Esta experiência tem como objectivo observar o fenómeno de osmose em células de plantas, neste caso nas células da batata, e descobrir a função da membrana plasmática na alteração do volume da célula devido à entrada ou saída de água.
A membrana plasmática, devido à sua estrutura, desempenha várias funções entre elas conferir rigidez à célula para esta resistir à pressão e acção do meio envolvente e dar forma à célula. Tem permeabilidade selectiva pois tem uma estrutura e uma camada fosfolipídica que selecciona as substâncias que a célula necessita facilitando o seu transporte e impede as substâncias dispensáveis ou prejudiciais à célula servindo assim de barreira. Algumas das substâncias que a membrana facilita o transporte são os nutrientes, a glicose e os aminoácidos, mesmo com concentrações baixas no meio extracelular penetram na célula.
Além destas substâncias, a água, como é necessária para todas as actividades celulares, é uma substância que permanece em constante movimento, transpondo a membrana nos dois sentidos. A este movimento dá-se o nome de osmose que resulta da diferença de concentração no meio intra e extracelular e dá-se dos meios menos concentrados - hipotónicos - para os meios mais concentrados - hipertónicos.
Nas células vegetais, a entrada de água faz aumentar o volume do vacúolo ficando a célula túrgida. A parede celular fica então sujeita a uma pressão chamada pressão de turgescência. À medida que a concentração do meio extracelular aumenta, o movimento da água dá-se para o exterior da célula ocorrendo uma diminuição do volume do vacúolo desta, ficando a célula plasmolisada.
Nas células animais, a entrada de água pode aumentar tanto o volume destas que, não resistindo à pressão de turgescência, ocorre a citólise das células, ou seja, há um rebentamento das células.
A velocidade da osmose varia com a diferença de concentração entre os dois meios, sendo directamente proporcional a essa diferença. Começa por ser máxima mas vai diminuindo até os meios atingirem o equilíbrio - meios isotónicos.

PROTOCOLO EXPERIMENTAL

MATERIAL

  • batata
  • solução de sacarose a 5%
  • solução de sacarose a 20%
  • solução de sacarose a 25%
  • furador de rolhas
  • 3 gobelés
  • balança

METODOLOGIA

  1. Com o furador de rolhas, corte seis cilindros de polpa de batata exactamente iguais e pese-os.
  2. Marque os gobelés (1, 2, 3) e coloque, em cada um, dois cilindros de batata.
  3. A cada gobelé adicione, respectivamente, a solução de sacarose a 5%, 20% e 25%.
  4. Observe, passado um ou dois dias.
  5. Meça ou pese os cilindros de batata, registando os resultados.

RESULTADOS

Gobelés

Peso (antes)

Peso (depois)

1

3,7 g

4,4 g

2

3,6 g

3,1 g

3

3,0 g

2,6 g

Quadro 1- Quadro de resultados da experiência.

DISCUSSÃO

Depois de pesados os cilindros, podemos constatar que estes tinham diminuído de peso consoante a solução em que se encontravam, ou seja, à medida que aumentava a concentração da solução, diminuia o peso dos cilindros.
Ao colocar as células vegetais num meio hipertónico (gobelés 2 e 3), a água existente na célula sai para o exterior pelo fenómeno de osmose, ficando o citoplasma menor e ligado por películas membranares à parede e o peso diminui. A célula encontra-se plasmolisada.
Quando a célula foi colocada num meio hipotónico (gobelé 1) a célula absorve a água tornando o vacúolo maior no meio intracelular e o peso aumenta. A célula encontra-se túrgida.

Figura 1- Células vegetais colocadas em meios com concentrações diferentes.

CONCLUSÃO

Com esta experiência, concluiu-se que quando se mergulham as células vegetais num meio hipotónico ocorre a sua turgescência porque a água movimenta-se para o local onde a concentração é maior, ou seja, para o meio intracelular.
Por outro lado, quando se mergulham as células vegetais num meio hipertónico ocorre a sua plasmólise porque a água movimenta-se para o local onde a concentração é maior, ou seja, para o meio extracelular.
Como se trata de uma célula vegetal, quando ela fica túrgida não ocorre a lise desta porque a parede celular regula a pressão de turgescência impedindo o rebentamento da célula.

BIBLIOGRAFIA

Leite, Ana et al, Do microscópio à célula, Bloco 1, 1ª Edição, Areal Editores, Porto, 1994.


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