Ensino e
curiosidades
e atividades lúdico-científicas ligadas à
Física
e à Engenharia Física
What you have been obliged to discover by yourself leaves a
pitch
in your mind which you can use again when the need arises.
Georg Christoph Lichtenberg (1742 - 1799), primeiro professor de
física
experimental na Alemanha.
"Difícil
é
aprender a ler ... o resto está escrito."
Ensinar não
é
uma função vital, porque não tem o fim em si
mesma;
a função vital é aprender.
Aristóteles.
_____________________________________
Engenharia
Física
A FíSICA ocupa-se do estudo de
praticamente tudo
o
que nos rodeia, procurando responder a questões que abarcam a
formação do universo e a
compreensão
dos mecanismos que permitem a organização da
matéria
em sistemas vivos, centrando-se na descoberta das leis que regem os
processo físicos, isto é, as
relações entre
a energia, a matéria, e o movimento, procurando gerar
conhecimentos
que nos permitam compreender e tirar partido dos fenómenos
físicos para
criar
sistemas físicos artificiais úteis para o ser humano e,
sempre
que possível, benéficos para toda a biodiversidade
à nossa volta.
Como tem uma
área de
atuação/aplicação
muito ampla, e também por motivos históricos e
didáticos,
a Física é muitas vezes divididas em vários
campos: mecânica,
ótica, termodinâmica, acústica, eletromagnetismo,
física
moderna, etc.. As componentes mais aplicadas e/ou tecnológicas
destas
áreas dão origem a formações especializadas
que
designámos, geralmente, por engenharias (e.g. eletrotécnica,
eletrónica, mecânica, etc.), que muitas vezes
também abarcam conhecimentos de outras ciências
fundamentais formando, por exemplo, engenharia biofísica,
bioengenharia,
engenharia
biomédica, nanoengenharia/tecnologia, etc..
Um físico ou
engenheiro físico (munido de conhecimentos
de
mecânica,
ótica, termodinâmica, acústica, eletromagnetismo,
física
moderna, etc., treinado no uso de “ferramentas” de trabalho como a
curiosidade,
o espírito-crítico, a lógica, e a
matemática,
e de equipamentos de medida ou no desenvolvimento de novos instrumentos
e/ou
de experiências) tem oportunidades de trabalhos muito
abrangentes.
O mundo está
carente de físicos. Ser físico
é
um “must”. Uma sociedade que aposte no desenvolvimento
tecnológico necessita de especialistas habilitados a
desenvolverem novas ferramentas e tecnologias em
áreas
como, por exemplo, a produção e armazenamento de energia,
o processamento da informação, as
telecomunicações, a
informática,
a indústria automobilística, a biologia, e a medicina. Ou seja, com uma boa
formação,
não faltarão oportunidades de trabalho aliciantes para os
físicos.
Aprender a aprender: Como é que
aprendemos?
Dicas das neurociências†
† Texto inspirado
pela
leitura de “Cérebro, manual do utilizador”, Marco Magrini,
Desassossego
Livros para pensar, 2019.
“Neurons that fire together, wire
together”.
Pode-se ensinar bem, e, porém, os
alunos aprenderem pouco. Para
apreendermos é preciso querer. Para aprendermos um novo assunto ou
aprendermos mais sobre um dado tema temos de estar motivados (pela
necessidade, pela curiosidade, ou simplesmente pelo gosto de aprender,
de saber mais), e, em geral, estarmos sincronizados/empenhados com o uso das ferramentas e processo associados
à aprendizagem desses temas.
A
aprendizagem
é a função mais nobre do cérebro humano,
qualquer
que seja a sua idade. Potencialmente, só acaba quando a vida
termina.
O cérebro é uma máquina
especializada na
aprendizagem
- a mais poderosa “learning machine” que conhecemos, infinitamente
superior
a qualquer “machine learning” (sistema de aprendizagem automatizada)
que a
“Inteligência Artificial” possa criar, pelo menos no futuro
próximo.
O cérebro está continuamente em mudança: cada nova
informação,
experiência ou dedução, por exemplo, leva a que no
mundo
dos neurónios algo se altere, que surjam novas sinapses
(conexões
entre neurónios) ou que as sinapses existentes sejam
reforçadas
(ou enfraquecidas …). Estas características
extraordinárias
designam-se por plasticidade e plasticidade sináptica,
respetivamente.
E pensa-se que estão na base da aprendizagem e da
formação
da memória.
A neurociência mostra-nos que para que o conhecimento perdure na nossa
memória é
necessário
que a aprendizagem seja persistente e
contínua, para que rede
sináptica
(formada pelas conexões entre neurónios) seja
repetidamente
estimulada e as sinapses sejam consolidadas, enraizando/armazenando os
conhecimentos/experiências
nas zonas do cérebro dedicadas às memórias de
longo
prazo, permitindo que os seus conteúdos possam ser usados, mais
tarde, sempre que forem
necessários. O reforço
sináptico poderá
resumir-se na seguinte ideia: “neurons that fire together, wire
together”.
É, portanto, ponto assente que a consolidação da
memória e de
saberes chega através da repetição
(treino continuado), sendo
necessário
que as metodologias de ensino valorizem o trabalho continuado e
empenhado.
Temos, por experiência, que a
aprendizagem é um processo
contínuo
que requer prática/ treino (repetição
no tempo),
comprometimento
e tempo.
Como referido, o processo de
ensino-aprendizagem só se torna
eficiente e eficaz
se tiver em conta a forma como aprendemos. A neurociência
também
nos mostra que:
- Os
conhecimentos
que é suposto sabermos e usarmos ao mesmo tempo devem ser
ensinados e apreendidos (assimilados/integrados) ao mesmo tempo;
- O que se
aprende
ao mesmo tempo, recorda-se e "chama-se" ao mesmo tempo;
- Ser colocado
à
prova periodicamente promove a aprendizagem.
Aprender sem pensar pode
ser
pouco eficaz e, em certas situações, perigoso (Confúcio). A aprendizagem e a formação do nosso
corpo de conhecimentos não devem assentar exclusivamente na
autoridade científica do professor/especialista ou dos elementos
bibliográficos usados, mas no espírito crítico, na avaliação, na comparação
e de
validação/verificação
de resultados.
Acresce que a informação a que temos acesso
através
da internet reforça a necessidade de dispormos de um corpo de
conhecimentos
dinâmico, e atitudes de independência e
clarividência,
espírito crítico, e capacidade de inferir e confrontar
resultados, questionar, avaliar e comparar racionalmente as
informações
e as opções que a sociedade e os diferentes poderes nos
apresentam.
Ensino da Física:
Quem ensina aprende ao ensinar. E quem aprende ensina ao aprender.
Paulo Freire.
Teaching
Physics, by Walter Lewin: Concepts is what matters. How
do you prepare your lectures? How many time do you
take
to prepare?
O conhecimento não deve ser obtido em escassas,
mesmo que muito
intensas,
doses de estudo, e/ou em sessões realizadas na
véspera
dos testes e exames. O conhecimento
adquirido
desta forma pode servir para passar na disciplina, mas, em regra,
não
persiste
por muito tempo, e a fração que acaba por persistir
apresenta,
na maioria das vezes, intermitências e/ou lacunas que
frequentemente
impossibilitam o seu uso em tarefas futuras, nomeadamente na
compreensão
de novos conceitos e/ou de problemas, e dificultam os processos
criativos
e a inovação. A resolução de problemas
complexos
fica ainda mais difícil. Tal pode fazer crescer a desânimo
e a
sensação
de incapacidade, e aumentando a apatia e o desinteresse.
Qualquer modelo de ensino (construção
eficaz de um corpo
de
conhecimentos suportado pelo senso científico) só
concretiza
com sucesso o seu objetivo se envolver o pensamento crítico (que
requer tempo para assimilar e para pensar), e se
contribuir para a
substituição
(mudança conceptual) permanente das ideias velhas (erradas e/ou
ultrapassadas)
ou conceções acientíficas que temos acerca de um
dado processo ou fenómeno, por ideias
novas (científicas). Esta substituição
processa-se, muitas vezes, se necessário for, através do conflito cognitivo (crítico) entre as
conceções
alternativas
(acientíficas) e
as conceções resultantes da aplicação do
método
científico. A formação ou
aperfeiçoamento do corpo
de
conhecimentos traduz-se na substituição
das
conceções alternativas pelo conhecimento
científico
atualmente aceite.
Os processos e os métodos de ensino e
aprendizagem assentes
nestes pressupostos, e na promoção do
sentido crítico, na verificação/exame sistemático, no treino nos domínios das
técnicas de dedução,
avaliação, comparação e de
validação
de resultados, produzem alterações de conhecimento,
atitudes
e posturas pró-científicas que vão muito para
além
das resultantes da autoridade (científica) do professor ou do
manual.
A verificação/exame sistemático
(incluindo
observação,
aferição, avaliação e
verificação /validação) devem ter como
objetivo
colocar em causa/questionar e/ou aferir as noções
consideradas
válidas pelo sistema de valores/conhecimentos dos alunos, e
levar
a novas perguntas e à proposta de hipóteses. A
reformulação
das explicações deve responder às
questões/dúvidas,
em suma tornar os alunos mais esclarecidos.
Nos cursos de Física (e.g., física aplicada e engenharia), muitas disciplinas fazem parte do grupo de unidades
curriculares que
compreendem,
para além do treino na arte de resolver problemas, uma “boa
dose”
de temas e conceitos transversais a várias áreas, que abarcam aplicações
tecnológicas do conhecimento científico,
reais ou potenciais, que são exemplificativas da
transformação de
“saberes
académicos” em conhecimento tecnológico,
inspiradoras e/ou motivadoras de posturas favoráveis à
inovação.
A compreensão conceptual é de fundamental
importância para o domínio dos assuntos e para o progresso
da aprendizagem. As metodologias de ensino e aprendizagem mais
eficazes, que resultam
em aprendizagens efetivas, particularmente nas unidades curriculares de
formação
inicial, privilegiam a compreensão dos conceitos e dos
problemas
à quantidade dos assuntos a abordar, dando tempo para que o
conhecimento
atinga o nível de persistência esperado, isto é,
dando o necessário tempo ao tempo para que se possam
apreender os conceitos fundadores.
As estratégias que incluem a
apresentação de questões conflituantes e a realização
de experiências
contraintuitivas é muitas vezes essencial para iniciar o
abandono das conceções
acientíficas. Acresce que para que haja impacto
pedagógico
significativo, devemos ter sempre presente que a resposta não
deve
vir antes da pergunta ou da dúvida. As ideias prévias dos
alunos
devem ser encaradas como hipóteses alternativas sérias e,
por
isso, sujeitas a avaliação usando os métodos e
os procedimentos
didáticos e científicos aceites.
Aquilo que se aprende determina o nosso futuro.
Dicas para estudar
bem
Adaptado de Como
Estudar, Susana Gozalo, Editorial Estampa.
... Saber não equivale a ser-se muito esperto; a
inteligência
é mais do que informação; é,
simultaneamente,
discernimento e capacidade de utilizar e coordenar a
informação.
in Cosmos, Carl Sagan.
Estudar requer uma atitude positiva, com
disponibilidade para aprender,
assimilar,
e, muito importante, relacionar e integrar de forma
ativa os conteúdos em estudo no nosso corpo de conhecimentos.
Assim,
o nosso corpo de conhecimentos estará mais apto a ser usado para
avaliar
a realidade no âmbito do nosso campo profissional, e da nossa
vida
em geral, o que será meio caminho andado para termos
êxito.
Para sermos bons profissionais não
basta apresentar o
certificado
de habilitações com boas
classificações.
Será necessário confirmar que esses conhecimentos
permitem
uma prática laboral quotidiana criativa, inovadora e produtiva.
Esses
conhecimentos só permanecem connosco se forem resultado de um
estudo
e prática que faz com que sejam compreendidos, interiorizados e
incorporados
no nosso corpo de conhecimentos.
É errado pensar
que
estudar consiste exclusivamente na memorização, apressada
ou
não, dos conteúdos transmitidos pelo professor para que
se
possa ter sucesso nos teste e exames. Estudar é muito mais do
que
isso. De resto, convém ter em conta que o
estudo/formação (ao longo da vida) é cada
vez
mais uma realidade presente em toda a nossa vida quotidiana.
O estudo eficaz oferece inúmeras
possibilidades para o
desenvolvimento
das nossas faculdades mentais e potencia a capacidade crítica e
reflexiva,
possibilidades que não devemos negligenciar e que podemos ativar
sempre
que estejamos motivados para ampliar os nossos conhecimentos e a
orientar
o estudo no sentido de tornar efetivo e útil este
conhecimento.
O objetivo final de qualquer processo de
estudo dever ser o desejo
profundo
de saber, de ampliar os conhecimentos e de possibilitar uma melhor
compreensão
de tudo o que nos rodeia. O estudo deve converter-se num instrumento
efetivo
de análise da realidade e numa forma de enriquecer a nossa
formação
e no nosso desenvolvimento como pessoas.
A motivação e o desejo de
aumentar os nossos
conhecimentos
são a chave do sucesso de todas as técnicas de estudo. Se
os
motivos da nossa presença numa sala de aula não
correspondem
a uma aspiração própria interior, teremos mais
dificuldades.
Estudar nunca deve constituir, pelo menos de forma permanente, uma
obrigação.
Embora seja indiscutível que o estudo envolve muito
esforço
e certas doses de sacrifício, apenas aceitando interiormente
essas condições os objetivos propostos poderão ser
alcançados e ser bem-sucedidos. Deve-se referir também
que a liberdade e a respeitabilidade
que o estudo confere são fatores avaliados muito positivamente.
O
estudo/aprendizagem bem estruturado permite a construção
de
uma mentalidade muito mais reflexiva e critica com e acerca do ambiente
que
nos rodeia.
Claro que isto não se vê de um
dia para o outro. Muitas
vezes,
só após alguns anos de aprendizagem contínua e
sistemática,
poderá ser apreciado o grau de maturidade alcançado, e
desde
que os instrumentos utilizados no processo de aprendizagem tenham sido
os
adequados. Por exemplo, e como já foi mencionado, estudar
não
consiste em memorizar apressadamente os conteúdos da
matéria.
O processo de memorizar é o último elo da corrente e,
muitas
vezes, é o menos importante. Embora a memória constitua
um
instrumento fundamental para reter e assimilar os conteúdos com
vista
ao sucesso nos testes e exames, os bons resultados implicam um
esforço
para compreender, e não apenas memorizar, as matérias em
estudo.
Saber ler bem e rapidamente, tomar
apontamentos, fazer bons resumos,
concentrar-se
com facilidade e ter um horário de estudo realista e
prático
são elementos muito importantes. Por forma a não esquecer
as
matérias, uma vez realizados os testes e/ou o exame, e
contribuir
muito positivamente, por exemplo, para o sucesso em disciplinas mais
avançadas,
o estudo deve ser bem estruturado por forma a permitir uma aprendizagem
efetiva.
A aprendizagem deve corresponder a um processo dinâmico e
participativo,
que nos motive a avançar.
Num sistema de ensino de qualidade, a grande
maioria das vezes, de nada
serve memorizar os conteúdos sem os trabalhar. Decidir estudar
no
último momento (poucos dias antes da prova) ou optar por pedir
aos
colegas os seus materiais de estudo não é a
opção
mais indicada. Embora seja possível obter uma
boa classificação, muito
provavelmente fracassará se
o seu objetivo consistir em aprofundar o grau de conhecimento, a
assimilação
e a formação de novos conhecimentos.
Um estudo não constitui uma tarefa
fácil e as
técnicas
utilizadas no processo são fundamentais para determinar o
êxito
ou fracasso do que se pretende. A chave para triunfar no estudo reside
num
trabalho personalizado, metódico e constante nas diferentes
disciplinas,
permitindo a sua assimilação com maior facilidade.
Contudo, nenhum fator
é
tão importante como a motivação. Estar ciente dos
motivos
e das razões pelos quais se decidiu estudar um determinado
assunto,
faz com que seja praticamente impossível não ser
bem-sucedido.
Por último, é muito importante ter em conta que o
objetivo
do estudo consiste em saciar a nossa curiosidade e a nossa vontade de
aprender/saber
mais. Devemos evitar conformarmo-nos com uma visão unilateral
dos conteúdos,
procurando outras abordagens alternativas.
IMPORTANTE: Antes de iniciar a resolução
de problemas
é fundamental
ter
consciência que é necessário compreender
razoavelmente
as matérias antes de se dedicar tempo à
resolução
de problemas. É um bom método rever a matéria
relativa
a um exercício, antes de iniciar a tentativa de
resolução
do mesmo.
Guia para a resolução de problemas
Nota: o termo "problemas" não se
resume apenas aos ditos
problemas/exercícios tipo das TPs/testes/exames. Têm uma
abrangência mais geral.
Numa
situação
real, a um cientista ou a um engenheiro não será pedido
para
resolver problemas que já foram solucionados. Quer seja na
tentativa
de melhorar o desempenho de um sistema ou na
implementação
de novos sistemas, o cientista/engenheiro trabalhará na
resolução
de problemas nunca tratados.
Contudo, como estudante irá dedicar
grande parte da sua atenção à discussão de
problemas cuja solução é conhecida. Através
da análise
e da discussão da forma como esses problemas podem ser
resolvidos, e da resolução de exercícios
físico-matemáticos relacionados com esses problemas,
começará a desenvolver capacidades
que lhe permitirão atacar problemas novos, como os que
poderá vir a encontrar na sua vida profissional.
Apresentam-se alguns procedimentos gerais a
ser tidos em conta na
resolução
de problemas de circuitos/eletrónica. Alguns deles têm a
ver
com a forma de pensar e organizar a estratégia a seguir antes de
se
iniciarem quaisquer cálculos.
1.- Identificar quais os dados do
problema e o que se pretende
conhecer/determinar.
Na resolução de um problema,
deve procurar conhecer-se "o
destino" antes de selecionar a rota a seguir para lá chegar.
Devemos
procurar responder a questões como: O que é que o
problema
pede para ser determinado ou encontrado?
A título de exemplo de problemas tipo
em circuitos/eletrónica, pode-se considerar a questão:
determine/esboce a função de transferência/os
diagramas de Bode do circuito RLC série, com a saída
vista aos terminais da capacidade.
Se ainda tem dúvidas sobre o que é a função
de transferência e/ou os
diagramas de Bode, deve rever estes assuntos. Uma coisa é
a dificuldade maior ou menor do cálculo, outra bem diferente,
mais grave, é
não compreender/reconhecer do que se trata.
Por isso, se tem dúvidas acerca da compreensão do
conceito, o melhor fazer a revisão do mesmo.
Às vezes o objetivo do problema
é obvio; outras vezes não é tão claro como
gostaríamos, e pode ser mesmo necessário elaborar tabelas
de grandezas características
desconhecidas e gerar informação ainda não
conhecida, de forma a permitir visualizar o objetivo do problema.
Outras vezes, poderá existir mesmo
informação
implícita ou até informação “enganadora”, que será necessário
identificar antes
de prosseguir com a análise. Haverá
ainda situações em que, por vezes, a
informação
dada é incompleta, insuficiente ou, aparentemente, complexa,
para se
poderem usar os métodos de resolução mais comuns,
sendo,
nestes casos, necessário formular hipóteses e
suposições, o que implica fazer opções
(tomar decisões/fazer escolhas), de
forma a completar a informação ou simplificar o contexto
do problema.
Casos essas decisões não levem
a resolução
a lado nenhum, i.e., se, por exemplo, os cálculos se tornarem
pantanosos
ou produzirem respostas que pareçam não fazer sentido
físico, deve-se estar preparado para
voltar atrás e reconsiderar a informação
extrínseca e/ou
as suas suposições consideradas.
2.- Desenhe o diagrama do circuito ou
outros modelos visuais.
Representar um problema com
descrição verbal num modelo
visual
é muitas vezes uma etapa muito útil no processo de
resolução.
Se o diagrama do circuito já é fornecido, pode-se ter que
adicionar
informação, por exemplo, classificações,
valores,
ou sentidos de referência, etc.. Pode e deve-se também
simplificar
o circuito (mantendo, contudo, a equivalência formal sempre que
relevante para a resolução).
Por vezes, durante o processo de
representação
começam a surgir-nos ideias sobre os assuntos/componentes do
sistema em causa, o que ajudará a "rever/recordar" aspetos
relevantes sobre os mesmos. Acontece frequentemente, que
começamos a prever qual será a solução e/ou
a função realizada pelo circuito.
A título de exemplo, voltando ao
problema da
função de transferência, podemos fazer a
previsão (como que um esboço) de qual será a
função realizada pelo circuito, tendo presente o que
sabemos sobre os comportamentos dos componentes individuais
em função da frequência, sem necessidade de
realizar quaisquer contas/cálculos: e.g., ver como o circuito se
comporta perante sinais dc e perante sinais sinusoidais de muito alta
frequência, e se for o caso, nas frequências de
ressonância e/ou de corte.
3.- Pense em vários métodos
de
resolução
e decida qual deles lhe parece o mais favorável para o circuito
em
questão.
Alguns métodos produzem menos
equações a serem
resolvidas
do que outros, ou podem requerer apenas álgebra em vez de
cálculo
para atingir a solução. Os métodos mais eficientes
para
um dado problema podem reduzir os cálculos de forma
considerável,
diminuindo a probabilidade de erros. Ter um método alternativo
em
mente permite continuar a resolução, se a primeira
tentativa
se tornar pantanosa, ou servir para verificar se a
solução
encontrada está correta.
4.- Calcule uma solução.
Nesta fase já deverá ter
identificado um bom
método
analítico e as equações corretas para o problema.
Agora
é tempo de determinar a(s) solução(ões)
dessas
equações. Papel e lápis, calculadora (ou
métodos
computacionais), são opções possíveis para
a
resolução
das equações.
A eficiência e os métodos
estudados
nas aulas deverão ditar as ferramentas que deve usar. No testes
e
exames, papel, a caneta e a máquina de calcular, sempre que
necessário/apropriado.
5.- Use a sua criatividade.
Se suspeitar que a sua resposta não
tem base
físico-matemática, ou se os cálculos lhe
parecerem não ter fim sem ocorrerem
simplificações significativas na direção da
solução,
deve fazer uma pausa e considerar alternativas.
Pode ter de revisitar
as
suas suposições/aproximações ou selecionar
um método de solução diferente. Ou ter de
usar um
método de análise menos convencional, por exemplo,
andando
para trás a partir da solução, quando conhecida.
Em
geral, no mundo real, as respostas não são conhecidas,
mas
às vezes pode ter uma solução em mente para um
dado
problema (por analogia), a partir da qual pode andar para
“trás”.
Outras
aproximações
criativas incluem a possibilidade de visualizar paralelismos com outros
tipos
de problemas que resolveu anteriormente com sucesso, seguindo a sua
intuição
ou dicas como prosseguir. Se necessário, isto é, se for
mais
ajuizado, ponha simplesmente o problema de lado, temporariamente, e
regressar
à sua resolução mais tarde.
6.- Teste a sua solução.
Tendo em conta aquilo que já conhece,
aprendeu, pergunte-se se a
solução faz sentido, isto é, se resultado obtido
é razoável ou aceitável. Se a
solução
é fisicamente possível.
Pode querer ir mais longe e
resolver o problema via outro método alternativo. Isto
não só permitirá verificar a validade da
solução obtida, como irá desenvolver a
intuição acerca
dos métodos de solução mais eficientes para os
vários
tipos de problemas.
No mundo real, problemas e esquemas que
envolvem aspetos de segurança críticos são sempre
verificados por métodos independentes. Habituar-se a testar as
suas respostas será
benéfico quer como estudante, quer como cientista ou engenheiro.
Dicas para ter sucesso nos exames
Adaptado de Como
Estudar,
Susana Gozalo, Editorial Estampa.
Regra de ouro: ler
atentamente
e calmamente as perguntas, se necessário, reler, e identificar o
conteúdo
e a abrangência de cada questão, procurando recolher todos
os
dados explícitos e implícitos presentes no enunciado.
Os
nervos
são, a maior parte das vezes, responsáveis por erros que
se
cometem num teste ou exame, e levam a confundir o conteúdo das
perguntas,
a não as ler com clareza ou a responder àquilo que
não
é perguntado.
Por forma a reduzir e evitar tais
situações, o mais aconselhável é esperar
algum tempo até se tranquilizar, depois ler e reler, se
necessário, as perguntas detidamente. Quando ficar
esclarecido sobre aquilo que se pretende e o que deve responder, pode
começar a resolução da prova/pergunta.
De uma forma geral, é fundamental
registar a
informação
mais relevante disponibilizada no enunciado da pergunta/problema (dados
fornecidos,
implícitos e explícitos, etc.), assegurando que
não
se esqueceu de nada, nem omitiu algum dado importante. O passo seguinte
é
a definição da estratégia a seguir na resposta,
com
a indicação, quando necessário, das
expressões
matemáticas a usar, sem esquecer a identificação
das
grandezas e unidades respetivas.
Além de tranquilizador, ler as
perguntas detidamente,
traçar
uma estratégia de resposta e determinar a ordem em que vai
responder às questões vai permitir responder mais
assertivamente. Também se reveste de muita
importância planificar adequadamente o uso do tempo de que se
dispõe. O mais conveniente é dividi-lo pelo número
de perguntas a que se tem de responder, pesado pelo impacto da
cotação atribuída em comparação com
a cotação total ou pela dificuldade que lhe
atribuímos.
Deve procurar garantir que a
resolução da prova se revela
equilibrada
e que demonstra que domina francamente a maioria dos assuntos em
avaliação.
É pouco aconselhável responder brilhantemente a uma
pergunta,
consumindo praticamente todo o tempo disponível, e deixar de
responder
a outras perguntas ou fazê-lo apenas superficialmente. Neste
caso,
pode acontecer que o avaliador da prova seja levado a concluir que
trabalhou
apenas alguns temas do programa, e que não sabe responder ao
resto
das perguntas, o que tendencialmente poderá conduzir a uma
avaliação menor do que a esperada.
Antes de entregar a resolução
da prova é altamente
recomendável
dedicar os últimos minutos à revisão e
correção do que se escreveu. Mesmo que não
tenha sido possível responder a todas as perguntas propostas,
é preferível, muitas
vezes, gastar os últimos minutos numa
leitura
rápida
do que se fez para ter a certeza de que não se confundiu nenhum
dado
ou omitiu algo de importante.
É de fundamental importância
usar uma caligrafia clara
e
de boa apresentação. Não é aceitável
o
uso de grafia ininteligível ou a apresentação de
exercícios
com riscos e manchas, características pouco próprias de
um aluno decidido.
Um aluno decidido a realizar uma prova
brilhante e a obter uma boa
classificação,
que lhe permitirá elevar a sua pontuação final,
terá
de aceitar que nada é gratuito. As boas notas e os resultados
excecionais
consistentes que alguns alunos conseguem são fruto de um
trabalho
constante,
e muitas horas de esforço e renúncia a vários
períodos
de ócio.
Para conseguir bons resultados escolares é
necessária
uma boa dose de transpiração mental ...
Em resumo, durante a realização
de uma prova deve ter em
atenção
o seguinte:
- ler
atentamente
e calmamente todas as perguntas;
- reler
e
começar
a resolver as questões que nos parecem mais fáceis;
- se
estivermos
nervosos,
convém conceder algum tempo (antes de se começar a
abordar
os problemas/questões) até se ficar mais tranquilo e
reduzir
o nervosismo;
- planificar e
fazer
uma distribuição do tempo pelas perguntas;
- realizar um
breve
esquema das partes mais importantes da pergunta antes de começar
a
escrever;
- cuidar da
ortografia,
redação e apresentação geral da prova;
- dedicar os
últimos
minutos à revisão e correção da prova.
Curiosidades e atividades
lúdico-científica
para fazer em casa
Em que consiste a microgravidade? Como é obtida?
O futuro dos smartphones
e
tablets
Os primeiros telemóveis (Portugal, 1995): tou xim? É
para
mim!!!
UM ATO DE CLASSE: Michael Faraday e a lei da indução
electromagnética
(Faraday.mov) (SWF) (Primeiro
motor
elétrico) (fazendo
história).
Transístor: turning the
experiment
into an invention.
Nanotecnologia/nanomedicina: nasa
e
viagens a Marte e a
nanomedicina
CERN: detector LHC
Corpo humano, a máquina
suprema
How Lasers Work - A
Complete
Guide
Build
a Laser Communication System
Circuito de corrente contínua: "Paradoxo"
Circuitos elétricos em banda desenhada (pdf)
O que é que estuda a tribologia? (Resposta)
O que é a triboeletricidade? (Resposta)
O que é que mede o momento de uma força? (Resposta)
A segunda lei de Newton do movimento/da dinâmica: F=dp/dt.
"Custo
de
produção da energia elétrica" by Prof. Walter
Lewin
How Many Lightbulbs Does It
Take
to Change a Person?
Why is the Sky Blue and not
Violet
and the clouds are white? - very nice video!
Why is the sky blue? Thoroughly
Explained
Here! - also a very nice video!
Experiências que permitem verificar o efeito fotoelétrico:
- https://www.youtube.com/watch?v=2PmWlPjV6n0
- https://www.youtube.com/watch?v=puT36rd9dkQ&feature=youtu.be
Como construir um eletróforo - triboeletricidade - e um
eletroscópio:
- https://www.youtube.com/watch?v=vklSPA4ay_4
- https://www.youtube.com/watch?v=2PmWlPjV6n0
Experiência simples para estimar a potência emitida pela
Sol
e a temperatura da sua "superfície":
- https://www.youtube.com/watch?v=oybcLWpcgHU&feature=youtu.be
- (4 min)
- https://www.youtube.com/watch?v=WB0_TulpfSw
(10 min)
Construção de um
espectroscópio/espectrómetro
caseiro:
- https://youtu.be/fl42pnUbCCA
- https://youtu.be/MgogwcXUIoc
- https://youtu.be/ZJcl392f8ew
JF
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2020