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Professor de Filosofia  E Teologia 

 


Abelardo ensinando

       Como professor de Filosofia, um dos temas principais abordados por Abelardo foi a questão dos Universais. Como professor de teologia, uma das questões que mais o ocuparam foi a relação entre a razão e a fé.

            Abelardo tende a super valorizar a razão na solução dos problemas teológicos. No entanto, como cristão convicto, considera a razão como instrumento de defesa da fé. Não põe em dúvida que a revelação seja o fundamento da verdades divinas, mas afirma que a verdade da fé pode ser entendida também por intermédio da razão.

            As posturas teológica e filosófica de Abelardo foram originais e inovadoras. Nas obras Conhece-te a ti mesmo, e  Sim e Não, afirmou que a moralidade não reside  na obediência exterior a um conjunto de regras, reside no íntimo do coração e da mente, e o que é importante moralmente não é a acção realizada, mas o sentido que a orienta.  Na obra, Diálogo entre um Filósofo (Pagão), um Judeu e um Cristão, pretende demonstrar que nem o pecado original nem a Encarnação tinham produzido um corte absoluto na História da humanidade. O seu objectivo era pôr em evidência o que era comum às três religiões que representavam para ele a soma do pensamento humano, isto é, encontrar nas diversas religiões o que pudesse reconhecer em cada homem o filho de Deus. 

Enseignement
Abelardo ensinando

              Abelardo também estudou a Dialéctica e dedicou-se a desenvolver o método dialéctico que passou a usar no estudo da teologia. Queria ter o direito de pôr em questão a fé cristã, procurando sempre pela verdade, pois afirmava que a verdade jamais pode ser oposta à verdade.  Questionava a autoridade, dizendo que a mera autoridade era insuficiente e que, por isso, o ser humano era chamado a usar a sua razão, pois a autoridade era a negação da verdadeira fé, e a dúvida era necessária frente ao autoritarismo. 

            Abelardo contribuiu para a alteração da penitência, como sacramento essencial do cristianismo, pois na Idade Média, o essencial da penitência era o pecado e, portanto, a punição. Abelardo exprimiu e deu força à tendência para inverter essa atitude, ao afirmar que o acto fundamental da penitência era o arrependimento perante o pecado, que ele designou de constrição de coração, fazendo desaparecer o pecado, o desprezo de Deus, ou o consentimento do mal. 

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Olga Pombo opombo@fc.ul.pt