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    Entre os mestres que contribuem para a formação da infância, encontra-se  o pedagogo (p a i d a g w g o s)

Este é um simples escravo ou servo, encarregado de acompanhar a criança nos trajectos quotidianos entre a casa e as palestras. Muitas vezes, "escolhia-se para este cargo alguém que, devido à idade, a ser aleijado, ou a sofrer de outros defeitos, fosse incapaz para os serviços domésticos." (Monroe, 1979: 41). O pedagogo transportava a pequena bagagem de seu jovem amo e a lanterna que servia para iluminar o caminho. Por vezes até transportava a própria criança, se esta estivesse fatigada.

 

Um jovem grego acompanhado à palestra pelo seu pedagogo. (Figura retirada da pintura de um vaso)

    De modesto servidor, o  pedagogo vai progressivamente adquirindo outras funções, nomeadamente ao nível da responsabilidade moral e do cuidado geral sobre a criança. 

Na verdade, ao acompanhar a criança à palestra tornava-se necessário protegê-la contra os perigos da cidade. Porque passava com a criança grande parte do dia, o pedagogo exercia sobre o seu pupilo uma contínua vigilância. Não é pois de estranhar que, pouco a pouco, lhe fosse confiada a educação moral do seu pupilo. Quer isto dizer que, apesar do seu carácter servil e de pouco prestígio que muitas vezes lhe era atribuído, o pedagogo cuidava da educação moral da criança, das suas boas maneiras, do seu carácter. 

A pequena lanterna que o pedagogo transportava e que servia para iluminar o caminho acabou assim por adquirir o estatuto de uma metáfora.