Na última carta que enviou a Fermat, a 27 de Outubro de 1654, Pascal começa por dar conta de toda a sua admiração pelo método que Fermat usou para resolver o problema dos pontos. Em seguida, e para que não se possam vir a colocar problemas de autoria, Pascal tranquiliza Fermat dizendo:

    "É inteiramente seu (o método), não tem nada em comum com o meu, e chega facilmente às mesmas conclusões. Agora a nossa harmonia recomeçou"(1).

    Quanto às últimas descobertas de Fermat, descobertas que, como vimos, acompanham marginalmente o desenvolvimento da correspondência, Pascal considera que é necessário encontrar alguém, que não ele, para acompanhar os estudos de Fermat. Como confessa:

   "Pela minha parte, confesso que isso me ultrapassa a uma grande distância. Somente sou competente para o admirar e para humildemente lhe pedir que use os seus tempos livres para chegar a uma conclusão o mais cedo possível"(2).


Notas:

(1)  Pascal, 7ª carta a Fermat, 1654, in Smith, D. (1959),  Source of Mathematics, volume II, (p. 564).

(2)  Pascal, 7ª carta a Fermat, 1654, in Smith, D. (1959), Source of Mathematics, volume II, (p. 565).

                                                                                                                                                                    

Olga Pombo opombo@fc.ul.pt