A MÃO -
PRIMEIRA
“MÁQUINA DE CONTAR”
Multiplicação digital dos números compreendidos entre 10 e 15
Por um procedimento semelhante podem-se multiplicar entre si números
compreendidos entre 10 e 15. Para este procedimento tem ainda de se saber o
quadrados perfeitos do número inferior, neste caso o número 10 (102
=100). Assim,
por exemplo,
Para multiplicar 14 por 13: § Numa mão dobram-se (14-10=4) dedos e na outra (13-10=3) dedos; § Mentalmente, faz-se o produto por 10 do número total de dedos dobrados: 10x(4+3)=70; § Ao número anterior acrescenta-se o produto do número de dedos dobrados em cada mão: (4x3=12) § Por fim adiciona-se a esse resultado 10x10; Chega-se ao resultado final: 14 x 13 = 10 x (4 + 3) + (4 x 3 ) + 100 = 182 |
Outro exemplo:
(fig. 19) |
Para multiplicar 12 por 13: Dobrar: (12 - 10) dedos de uma mão (13 - 10) dedos da outra Resultado: 2 dedos dobrados numa mão 3 na outra
Conclusão: |
Multiplicação digital dos números compreendidos entre 15 e 20 e seguintes
Por técnica semelhante consegue-se multiplicar, entre si, números compreendidos
entre 15 e 20, números compreendidos entre 20 e 25 e assim por diante.
Essas técnicas pressupõem o conhecimento de cor dos quadrados perfeitos de 10,
15, 20, 25, ... , e justificam-se pelas fórmulas seguintes:
- Multiplicação dos números compreendidos entre 10 e 15:
10 [(x – 10) + (y – 10)] + (x – 10) (y – 10) + 102 = x.y (fig. 19)
- Multiplicação dos números compreendidos entre 15 e 20:
15 [(x – 15) + (y – 15)] + (x – 15) (y – 15) + 152 = x.y (fig. 20)
- Multiplicação dos números compreendidos entre 20 e 25:
20 [(x – 20) + (y – 20)] + (x – 20) (y – 20) + 202 = x.y
(fig. 20) |
Para multiplicar 18 por 16: (152 =225, deve ser conhecido de cor) Dobrar: (18 - 15) dedos de uma mão (16 - 15) dedos da outra Resultado: 3 dedos dobrados numa mão 1 na outra Conclusão: 18 x 16 = 15 x (3+ 1) + (3 x 1) + 152 = 288 |
Percebe-se assim como, durante vários séculos, os homens graças à sua memória e aos múltiplos
recursos dos dedos das suas mãos conseguiam contar e calcular (fig. 21).
Fig. 21- 0 cálculo digital numa pintura funerária egípcia do Novo Império. [Fragmento de uma pintura mural que ornamentava a tumba do príncipe Menna em Tebas, que viveu na época da XVIII dinastia, sob o reino de Tutmosis IV, isto é, no fim do século XV a. C.] Seis escribas contábeis vigiam quatro trabalhadores que medem o grão e enchem vasos de trigo de um monte ao outro; à direita, num dos montes de grãos, o chefe escriba efetua operações aritméticas com os dedos e dita os resultados correspondentes aos três escribas da esquerda, que os registram em tabuletas (isso lhes permitirá, na sequência recopiar seus principais elementos em papiros estocados entre os arquivos do faraó). Tumba tebana n° 69, parede de entrada, 1ª sala à direita.
Como contar com os dedos até dez bilhões
Esta
técnica de contagem com os dedos é bem mais completa e matematicamente mais
interessante do que todos os sistemas anteriores. Desde o século XVI que se
encontra fundamentada e descrita na obra de cálculo publicada em 1593: Suan
fa tong zong. Ainda hoje é usada em Cantão e na China.
Considera-se que, cada articulação subjacente a cada falange é subdividida em
três partes: junta à esquerda, junta ao centro e junta à direita. Assim, cada
dedo fica associado às nove unidades consecutivas de uma mesma ordem decimal: o
mínimo direito às unidades simples, o anelar da mesma mão às dezenas, o médio às
centenas, o indicador aos milhares e o polegar direito às dezenas de milhar;
depois, o polegar esquerdo é associado às centenas de milhar, o indicador da
mesma mão aos milhões e assim por diante.
(fig.
22)
No mínimo
direito conta-se inicialmente de 1 a 3 ao tocar sucessivamente, do lado
esquerdo, as juntas superior, média e inferior. Em seguida, conta-se de 4 a 6
tocando sucessivamente, do lado central, e de baixo para cima, as articulações
inferior, média e superior. Por fim, conta-se de 7 a 9, ao considerar-se do lado
esquerdo e de cima para baixo, as juntas superior, média e inferior.
Se procedermos de igual forma sobre o dedo anelar direito conta-se inicialmente
de 10 a 30, depois de 40 a 60 e por fim de 70 a 90.
Ao usar o médio direito pode-se contar de 100 a 900 e assim por diante até que
na articulação inferior direita do mínimo esquerdo se atinge nove milhões.
(fig. 23)
A técnica
descrita permite, pelo menos em teoria, contar até cem mil numa mão e até dez
bilhões nas duas.
É um belo testemunho da engenhosidade do espírito humano…