A REGRESSÃO INFINITA

 

 

 

A velha questão: “Quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha?” é o exemplo mais familiar daquilo a que os matemáticos chamam regressão infinita. Se o ovo nasceu da galinha que nasceu de um ovo, etc.,  vemo-nos embrenhados num raciocínio que recua no tempo sem que a cada passo se esteja mais perto do fim do que antes: é infinito.  

 

 

Outro exemplo é o que podemos observar na figura seguinte; é uma reprodução da capa da revista Scientific American de Abril de 1965, a qual aparece reflectida num olho humano. A imagem reflectida, por sua vez, representa um olho mais pequeno reflectindo uma capa mais pequena, e assim sucessivamente.  

 

 

 

 

Podemos encontrar também exemplos na literatura, por exemplo Jonathan Swift descreveu num dos seus poemas uma regressão infinita envolvendo pulgas. Esse poema foi rescrito pelo matemático Augustos de Morgan:

   

 

Pulgas grandes pequenas pulgas têm

Sobre as costas para as morderem

E as pulgas pequenas mais pequenas pulgas têm,

E assim ad infinitum.

 

E as pulgas grandes, por sua vez,

Maiores pulgas têm para morderem,

Enquanto estas as têm ainda maiores,

E essas maiores ainda, e assim sucessivamente.

 

(Morgan, cit in Gardner, 1993, p. 23)

 

 

Um paradoxo famoso relacionado com a regressão infinita é o Paradoxo de Platão e Sócrates.