Bertrand Arthur William Russell

 

 

   Algumas citações:

    “Com igual paixão eu procurei o conhecimento. Desejei compreender o coração dos homens. Desejei saber porque brilham as estrelas. E tentei apreender o poder Pitagórico pelo qual os números detêm o controlo sobre o fluxo. Um pouco disto, mas não muito, consegui alcançar.” 1

    “Embora possa parecer um paradoxo, toda a ciência exacta é dominada pela ideia de aproximação.” 2

    “Se eu fosse médico, prescreveria férias a qualquer paciente que considerasse o seu trabalho importante” 1

   Russell nasceu a 18 de Maio de 1872 em Ravenscroft (Inglaterra). Foi um grande filósofo, um grande matemático e também um grande educador.

    Cedo ficou orfão de pais, pelo que a sua educação foi confiada à avó, condessa Russell, que lhe dá uma educação cristã.

    Bem cedo revelou uma aptidão excepcional para os estudos matemáticos: “Com a idade de onze anos, começei Euclides, com o meu irmão como tutor. Este foi um dos grandes acontecimentos da minha vida, tão estonteante como o primeiro amor. Não tinha imaginado que havia algo tão delicioso no mundo. Desde aquele momento até ter trinta e oito anos, a matemática foi o meu principal interesse e a minha principal fonte de felicidade.”1 Mais tarde, o  seu desejo de aprofundar verdades matemáticas, leva-o a interessar-se profundamente pela filosofia.    

    Aos 18 anos abandona a fé cristã e ingressa no Trinity College de Cambridge, dedicando-se arduamente à matemática e à filosofia.       

   Doutorou-se com a apresentação da tese "An Essay on the Foundations of Geometry" (1897). Em 1896 lança o seu primeiro livro "German Social Democracy" e em 1900 publica uma segunda obra "A Critical Exposition of the Philosophy of Leibniz".

    Nessa altura iniciou-se um dos períodos mais importantes e decisivos da sua vida profissional, que está na origem da publicação de um estudo magistral intitulado por "The Principles of Mathematics" (1903). Nesta obra demonstra a identidade entre esta ciência e a lógica formal, defendendo o princípio de que os conceitos matemáticos se podem deduzir de alguns simples axiomas de lógica.

    Foi através do contacto com a obra de Frege que Russell procurou construir toda a matemática sobre bases lógicas, convencido de que ambas são idênticas. Os postulados fregianos, adoptados primeiramente por Peano, foram incorporados por Russell, que estendeu as teses logicistas de Frege à geometria e às disciplinas matemáticas em geral.

    Mais tarde, em colaboração com Alfred North Whitehead, publicou em 3 volumes uma nova obra cujo o título é "Principia Mathematica" (1910). Neste livro são desenvolvidas ideias subjacentes ao anterior. É um instrumento de grande fecundidade para a solução de numerosos problemas de filosofia da Matemática. A sua publicação permite chamar a atenção mundial sobre os seus autores.

    Mais tarde, Russell foi convidado para dar uma série de lições na Universidade de Harvard e publica um novo trabalho "Our Knowledge of the External World" (1914).

    Com o desencadeamento da primeira grande Guerra Mundia, Russell decidiu iniciar um movimento pacifista de acordo com as suas convicções. Em 10 de Novembro de 1950 Russell foi premiado com o prémio Nobel relativamente a numerosos trabalhos da sua autoria.

    Faleceu a 2 de Fevereiro de 1970.

    Russell é considerado um pensador excepcional, particularmente pelas contribuições que deu à filosofia da matemática. Tem uma vasta obra de cerca de 40 volumes. A sua actividade como filósofo, como homem da ciência e como político fazem dele uma das figuras mais prestigiadas, admiráveis e discutidas de todos os tempos.  

 

As principais obras de Russell são:

  • "German Social Democracy", Londres: Longmans, Green, 1896. 

  • "An Essay on the Foundations of Geometry", Cambridge: At the University Press, 1897.

  • "A Critical Exposition of the Philosophy of Leibniz", Cambridge: At the University Press, 1900.

  • "The Principles of Mathematics", Cambridge: At the University Press, 1903.

  • "Principia Mathematica" (with Alfred North Whitehead), 3 vols, Cambridge: Cambridge University Press, 1910, 1912, 1913.

  • "The Problems of Philosophy", Londres: Williams and Norgate; Nova Iorque: Henry Holt and Company, 1912.

  • "Our Knowledge of the External World", Chicago e Londres: The Open Court Publishing Company, 1914.

  • "Principles of Social Reconstruction", Londres: George Allen & Unwin, 1916. Repr. "Why Men Fight", Nova Iorque: The Century Company, 1917.

  • "Political Ideals", Nova Iorque: The Century Company, 1917.

  • "Introduction to Mathematical Philosophy", Londres: George Allen & Unwin; Nova Iorque: The Macmillan Company, 1919.

  • "The Analysis of Mind", Londres: George Allen & Unwin; Nova Iorque: The Macmillan Company, 1921.

  • "A Free Man's Worship", Portland, Maine: Thomas Bird Mosher, 1923. Repr. "What Can A Free Man Worship?", Girard, Kansas: Haldeman-Julius Publications, 1927.

  • "On Education, Especially in Early Childhood", Londres: George Allen & Unwin, 1926. Repr. as Education and the Good Life, Nova Iorque: Boni & Liveright, 1926. Versão reduzida: "Education of Character", Nova Iorque: Philosophical Library, 1961.

  • "The Analysis of Matter", Londres: Kegan Paul, Trench, Trubner; Nova Iorque: Harcourt, Brace, 1927.

  • "An Outline of Philosophy", Londres: George Allen & Unwin, 1927. Repr. "Philosophy", Nova Iorque: W.W. Norton, 1927.

  • "Why I Am Not a Christian", Londres: Watts, Nova Iorque: The Truth Seeker Company, 1927.

  • "Marriage and Morals", Londres: George Allen & Unwin; Nova Iorque: Horace Liveright, 1929.

  • "The Conquest of Happiness", Londres: George Allen & Unwin; Nova Iorque: Horace Liveright, 1930.

  • "The Scientific Outlook", Londres: George Allen & Unwin; Nova Iorque: W.W. Norton, 1931.

  • "Power: A New Social Analysis", Londres: George Allen & Unwin; Nova Iorque: W.W. Norton, 1938. "An Inquiry into Meaning and Truth", Londres: George Allen & Unwin; Nova Iorque: W.W. Norton, 1940.

  • "A History of Western Philosophy", Nova Iorque: Simon and Schuster, 1945; Londres: George Allen & Unwin, 1946.

  • "Human Knowledge: Its Scope and Limits", Londres: George Allen & Unwin; Nova Iorque: Simon and Schuster, 1948.

  • "Authority and the Individual", Londres: George Allen & Unwin; Nova Iorque: Simon and Schuster, 1949.

  • "The Philosophy of Logical Atomism", Minneapolis, Minnesota: Department of Philosophy, University of Minnesota, 1949. Repr. "Russell's Logical Atomism", Oxford: Fontana/Collins, 1972.

  • "Human Society in Ethics and Politics", Londres: George Allen & Unwin; Nova Iorque: Simon and Schuster, 1954.

  • "My Philosophical Development", Londres: George Allen & Unwin; Nova Iorque: Simon and Schuster, 1959.

  • "The Autobiography of Bertrand Russell", 3 vols, Londres: George Allen & Unwin, 1967, 1968, 1969; Boston e Toronto: Little Brown and Company (Vols 1 e 2), Nova Iorque: Simon and Schuster (Vol. 3).

  

      Ao longo da sua vida, Russell correspondeu-se com pessoas anónimas que se interessavam pelo seu trabalho ou que simplesmente pensavam que, com a sua enorme sapiência, Russell pudesse esclarecer as dúvidas que tinham. Para ver algumas das inúmeras cartas, clique aqui (fazer link para as nossas colegas: Elsa, Cláudia e Sandra).

 


1-Extraído de “The Autobiography of Bertrand Russell", citado in:           
                       http://www-groups.dcs.st-and.ac.uk/~history/Quotations/Russell.html

2- Extraído de W H Auden and L Kronenberger, The Viking Book of Aphorisms (Nova Iorque 1966), citado in:
                        http://www-groups.dcs.st-and.ac.uk/~history/Quotations/Russell.html

 

 

Olga Pombo opombo@fc.ul.pt