As Composições Aditivas e Multiplicativas das Relações e 

o Igualamento das Diferenças

"(...) após haver estudado assim a composição aditiva e multiplicativa das classes e dos números, resta-nos analisar a das relações assimétricas, em sua ligação com o número. (...) Aliás, é satisfatório para o espírito poder reencontrar dessa maneira (...) o nosso próprio ponto de partida, utilizando o que foi adquirido pelo caminho: é o melhor meio de constatar a interdependência e a unidades profunda dos mecanismos que explicam a construção psicológica do número." (Piaget, 1971, p.300,301).

 

"Os fatos descritos (...) mostram suficientemente que a medida supõe uma lógica: medir é compor unidades que se conservam e introduzir entre essas composições um sistema de equivalências." (Piaget, 1971, p.311).

 

"Enquanto que a multiplicação das classes e a das relações constituem duas operações bem distinta, que consistem em colocar em correspondência, uma, termos qualitativamente equivalentes entre si, e a outra, relações assimétricas ( = de diferenças) entre termos não-equivalentes, basta igualar essas diferenças para introduzir a equivalência entre os próprios termos dessas relações e fundir assim a multiplicação das relações e a multiplicação das classes num só todo operatório que outra coisa não é que a multiplicação dos números. Mais uma vez, consequentemente,

o número surge como a síntese da classe e da relação assimétrica, ou, o que vem a dar no mesmo, da relação simétrica (igualdade) e das diferenças (relações assimétricas).

Essa é, assim, a conclusão geral que os estudos anteriores nos permitiram  verificar em todos os pontos nos quais abordamos a análise do número." (Piaget, 1971, p.331).

 

 

Olga Pombo opombo@fc.ul.pt