A Composição
Aditiva dos Números
e as Relações
Aritméticas
de Parte para Todo
Primeira Fase
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"(...) caracteriza-se pelo facto
dos sujeitos não compreendem a igualdade dos dois conjuntos a
serem comparados (...) (4 + 4) e (...) (7 + 1), nem a permanência da
segunda totalidade através das mudanças de distribuição dos seus
elementos." (Piaget, 1971, p.256,257).
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"Do ponto de vista do
mecanismo aditivo que nos interessa aqui, pode dizer-se que (...) a criança
não compreende a compensação necessária das adições e das subtracções,
ou seja, que acrescentando um certo número de elementos ao monte A', ela
não espera ver diminuir de outro tanto o monte A." (Piaget, 1971,
p.262).
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"(...) à consciência das
totalidades e consciência dos elementos, mas essas duas espécies de
percepções sucedem-se sem se reunir, donde o carácter de sincronismo global das primeiras e de justaposição das segundas." (Piaget, 1971,
p. 274).
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"(...) o pensamento da
criança permanece, portanto, irreversível, no sentido de que cada
percepção constitui um momento particular do fluxo de sua experiência,
sem procedimento estável de retorno, porque sem operações que permitam
compor uma por meio das outras. É assim que os dois processos da
coligação intuitiva e da enumeração funcionam um de cada vez, cada um
eclipsando o outro, ou, se coincidem, neutralizam-se mutuamente."
(Piaget, 1971, p.277).
Segunda Fase
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"(...) a criança que inicia
pelas mesmas reacções acaba por pouco a pouco observar (ou é acessível à
objecção) que, se se tem 7>4, em compensação tem-se também 1<4 e
que essas duas desigualdades talvez se compensem." (Piaget, 1971,
p.258).
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"(...) a criança toma
consciência desse equilíbrio, mas unicamente no plano intuitivo, ou
seja, fora das figuras não possuí outro meio para verificar as igualdades,
nem, portanto, para prever os resultados das adições e subtracções."
(Piaget, 1971, p.262,263).
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"(...) a coordenação
efectua-se, mas apenas no interior do campo das percepções, as quais se
ampliam assim na direcção do pensamento: graças à correspondência termo
a termo, a enumeração leva, com efeito, à coligação e reciprocamente,
salvo quando a figura é destruída." (Piaget, 1971, p.277).
Terceira Fase
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As "(...) operações numéricas de
composição aditiva funcionam instantaneamente, sem que o sujeito tenha
necessidade de proceder a coordenações intuitivas prévias." (Piaget,
1971, p.260,261).
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"(...) chega a um manejo operatória das transferências
e, consequentemente, a uma reversibilidade." (Piaget, 1971, p.263).
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"(...) as operações ultrapassam o campo
da percepção e atingem simultaneamente a reversibilidade completa nas suas
composições." (Piaget, 1971, p.277).
"(...) a inclusão lógica de uma classe noutra faz surgir para a
criança, no decorrer das duas primeiras fases da construção do
número, uma dificuldade sistemática pelo facto de que, por falta de
composição aditiva, ela não consegue considerar simultaneamente as
partes e o todo. Um problema assim encontra naturalmente um seu equivalente
no domínio das colecções numéricas, na qual a reunião aritmética
das partes de um mesmo todo constitui uma das operações fundamentais
que engendram o próprio número: a adição. Com efeito, diferentemente
da adição das classes, que ignora a iteração (A + A = A), um número
adicionado a si mesmo engendra um novo número (A + A = 2A)." (Piaget,
1971, p.254).
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