Aquando do abandono forçado do Egipto por parte das tropas de Napoleão, a pedra de Roseta foi adquirida pelo Museu Britânico assim como os restantes artefactos egípcios. Neste museu, fizeram-se quatro reproduções da pedra que foram enviadas para as universidades de Oxford, Cambridge, Edinburgo e Dublin, nas quais se iniciou a sua decifração através de uma análise comparativa. 

No entanto, o principal papel na decifração do alfabeto hieroglífico coube ao francês Jean François Champollion (1790-1832). 

pedra de roseta

J.F. Champollion

Consta que aos 11 anos Champollion conheceu Jean-Baptiste Fourier (1768 - 1830) que lhe mostrou alguns papiros e pedras com símbolos hieroglíficos. Sendo-lhe dito por Fourier que aqueles objectos jamais seriam lidos, Champollion afirmou que iria conseguir lê-los quando fosse adulto. A partir deste momento consagrou a sua vida ao estudo da decifração de caracteres egípcios; aos 13 anos já sabia ler três línguas orientais; aos 18 anos foi convidado para leccionar História e Política no Royal College of Grenoble e, um ano depois, tinha já obtido o grau de doutor em Letras.

Champollion reparou que nas inscrições hieroglíficas da pedra de Roseta, alguns caracteres estavam escritos dentro de uma linha. Uma vez que estes símbolos eram os únicos a que se dava uma ênfase especial compreendeu que seriam os nomes de Ptolomeu e Cleópatra, mencionados no texto em grego. Destes nomes, estabeleceu uma correlação entre os hieróglifos individuais e as letras gregas. Nesse instante, o mistério que envolvia a escrita hieroglífica ficou solucionado. 

Ao cumprir o que afirmara a Fourier, Champollion terá começado a chorar e falecido, consumido por anos de infindável trabalho.

pedra de Roseta

A pedra de Roseta forneceu a chave para a compreensão de uma das grandes civilizações do passado e Champollion abriu a porta que parecia encerrada para sempre.