Palavras
do Produtor
“Manoel de Oliveira tem acerca do cinema uma concepção especial, que
considero a verdadeira. Diz ele que a possibilidade que o cinema tem de
“enlatar” seja o que for, o tem enganado a ele próprio”. “ O cinema tem
evidentemente limites e a dificuldade de fazer filmes está exactamente em ter a
consciência desses limites. Ora Manoel de Oliveira é, quanto a mim, o mais
dotado de todos os, que em Portugal fazemos cinema, por ter a consciência
exacta desses limites. Para ele exprimir-se cinematograficamente é tão natural
como para outros escrever ou falar.”.
“ Este seu primeiro grande filme (refiro-me à metragem) revela pelo
menos uma sensibilidade eminentemente poética posta ao serviço do cinema
português.”.
“ Ainda que fosse só por isso “Aniki-Bóbó” tem um significado
muito especial dentro da aventurosa história do nosso cinema, mas além disso a
reaparição de Nascimento Fernandes, esse espantoso actor e a revelação de um
grupo de miúdos desta cidade em que o público vai encontrar verdadeiras vocações,
acrescenta mais ainda o interesse desta apresentação.”
(Retiradas de: Neves, Jorge;
“Aniki-Bóbó: 50 anos”, Porto: Delegação Regional da Cultura do Norte,
imp. 1992)