Produtor

 

António Lopes Ribeiro nasceu em Lisboa a 16 de Abril de 1908. Começou por dedicar-se ao jornalismo nos anos 20 e desenvolveu uma intensa actividade como crítico cinematográfico, fundando diversas revistas dedicadas à crítica de cinema. Em 1928, estreia-se como realizador com o documentário “Bailando ao Sol”. Escreve, juntamente com Leitão de Barros, o argumento de “Maria do Mar” que só estrearia em 1930.

            Parte para Moscovo, em 1929, após realizar o filme “Uma Batida em Malpique”, o seu objectivo é visitar estúdios e adquirir formação sobre técnicas de cinema e de propaganda. De regresso a Lisboa, realiza ainda nesse ano o filme “A Menina Endiabrada”.

            Em 1934, realiza, com a supervisão de Max Nosseck, “Gado Bravo”. Após o documentário “Fogos Reais na Escola Prática de Infantaria” é convidado, por um responsável do sector da cultura do Estado Novo, a realizar um filme comemorativo dos dez anos do regime implantado a 28 de Maio de 1926. A ligação de António Lopes Ribeiro com o Estado Novo estará presente em vários momentos da sua obra e, por este facto, apelidam-no de “cineasta do regime”.

            Em 1940, funda uma produtora cinematográfica a que dá o seu nome  e que contribui consideravelmente para o desenvolvimento do cinema português. Fundada para produzir os seus próprios filmes, as Produções António Lopes Ribeiro darão também resposta a filmes que não da autoria do seu fundador. Algumas das mais notáveis comédias portuguesas seriam produzidas na década de 40, não podendo esquecer-se “Aniki-Bóbó”, de Manoel de Oliveira.

            “O Pai Tirano”, de Lopes Ribeiro, é para muitos considerada a mais perfeita das comédias portuguesas. Em 1943, adapta ao cinema “Amor de Perdição”, de Camilo Castelo Branco, que constituiria um dos poucos êxitos comerciais de um filme não humorístico e não musical.

            Em 1950, a sua adaptação de “Frei Luís de Sousa”, de Almeida Garrett é conduzida de forma teatral, com cenários magníficos e interpretações de alguns dos melhores actores de teatro da época.

            Na década de 50, a crise que afecta o cinema português atinge também Lopes Ribeiro e durante quase uma década apenas realiza documentários por encomenda.

            A última longa-metragem de Lopes Ribeiro é a adaptação do romance de Eça de Queiroz, “O Primo Basílio”. O filme passou despercebido e a crítica de orgãos de informação “menos oficiais” foi severa, considerando-o um fracasso.

            Na década de 60, António Lopes Ribeiro torna-se muito popular com a apresentação na Rádio Televisão Portuguesa, do programa Museu do Cinema, em que apresentava filmes mudos, popularizando a figura de Charlot nas camadas mais novas de espectadores.

        

 

COMO REALIZADOR

1928

Quedas de Água do Lindoso

Bailando ao Sol

Uma Batida em Malpique

1929

A Menina Endiabrada

1934

Gado Bravo

1935

Fogos Reais na Escola prática de infantaria

1937

A Revolução de Maio

1938

Exposição Histórica da revolução

1939

Viagem de sua Exª. o Presidente da República a Angola

1940

Feitiço do Império

As Festas do Duplo Centenário

Guiné, Berço do Império

1941

O Pai tirano

Aspectos de Moçambique

Manifestação nacional a Salazar

Exposição do mundo português

São Tomé e Príncipe

1942

Portugal na Exposição de paris de 1937

1943

Amor de Perdição

1944

Angola, uma nova Lusitânia

Gente que Nós Civilizámos

A Morte e a Vida do engenheiro Duarte Pacheco

Inauguração do Estádio Nacional

Viagem de sua Iminência o cardeal patriarca de Lisboa

1945

A Vizinha do Lado

As Ilhas Crioulas de Cabo Verde

A Manifestação a Carmona e a Salazar pela Paz Portuguesa

1946

Guiné Portuguesa

1747

O Cortejo Histórico de Lisboa

Anjos e Demónios

1948

14 Anos de Política do Espírito – Apontamentos para uma exposição

Lisboa de hoje e de Amanhã

Quinze anos de Obras Públicas

1949

Uma Revolução na Paz

Estampas Antigas de Portugal

Campanha Eleitoral de 1949

Campanha para a Reeleição do Presidente Carmona

A Nossa Fortuna

Só Tem Varíola Quem Quer

Viagem ao Porto do Senhor Marechal Carmona

1950

O 2º Congresso Internacional das Capitais do Mundo

Algarve d’Além Mar

Casas Para Trabalhadores

A Festa dos Tabuleiros em Tomar

Frei Luís de Sousa

Segurança Social e Assistência Médica

Serviços Médico-Sociais

Trabalho e Previdência

1951

As Rodas de Lisboa

1952

A Celebração do 28 de Maio de 1952

1953

Cortejos de Oferendas

O Jubiléu de Salazar

Uma Realidade Internacional – Tanger

A Viagem Presidencial a Espanha

1954

Trabalho Prisional

Viagem do Ministro dos Negócios Estrangeiros ao Brasil

1955

Como os Portugueses Receberam o Presidente do Brasil

A Mais Antiga Aliança

O Presidente Café Filho em Lisboa

Viagem Presidencial à Grã Bretanha

Viagem Presidencial à Guiné

A Visita do Chefe do Estado à Ilha da Madeira

A visita Oficial à Grã Bretanha do Presidente da Republica Portuguesa

1956

Arte Portuguesa em Londres

Átomos para a Paz

A Regata Torbay – Cascais

A Visita do Ministro Paulo Cunha aos Portugueses da Califórnia

1957

Trinta Anos com Salazar

A Gloriosa Viagem ao Brasil (I)

A Gloriosa Viagem ao Brasil (II)

A Rainha Isabel II em Portugal

A viagem Presidencial ao Brasil

A Visita a Portugal da Rainha Isabel II da Grã Bretanha

1958

Comemorações Nacionais

Comunidade Luso Brasileira I

Comunidade Luso Brasileira II

Lisboa Vista pelas Crianças

A Luta Contra o Cancro

Portugal na Exposição Universal de Bruxelas

Portugal no Oriente

Salazar e a Nação

1959

Da Serra ao Mar

Faina do Rio e do Mar

Jóias do Alto Alentejo

O Lar de Catassol

Loiça de Barro

O Primo Basílio

Rendas e Panos

Sés Portuguesas

1960

Arte Sacra

As Cartas da Religiosa Portuguesa

Indústrias Regionais

Os Monumentos de Belém

Mosteiros Portugueses

Uma Jornada Histórica – Do Terrorismo no Congo à Manifestação em Lisboa

1962

As Artes ao Serviço da Nação

Nazaré – Bailados Verde-Gaio

1963

Casa Bancária Pinto de Magalhães

O I Salão de Antiguidades

Instituto de Oncologia

1966

Gil Vicente e o seu Teatro

1967

Fátima, Esperança do Mundo

1968

Fátima, no Médio Oriente

Portugueses no Brasil

Termolaminados

Terra Santa, Terra Prometida

1969

O 2º Centenário da Imprensa Nacional

1970

Dia de Portugal na Expo’70

Portugal de Luto na Morte de Salazar

Portugal na Expo’70

1971

Encontro Presidencial na Ilha Terceira

Porto de Lisboa, Porta do Atlântico

1974

Macau – Portugal na China

COMO PRODUTOR

1941

O Pai Tirano

1942

Aniki-Bóbó

O Pátio das Cantigas

1943

Amor de Perdição

1946

Camões – Erros Meus, Má Fortuna, Amor Ardente

1956

Arte Portuguesa em Londres

1963

O I Salão de Antiguidades

1968

Terra Santa, Terra Prometida

1969

O 2º Centenário da Imprensa Nacional

COMO ARGUMENTISTA

1937

A Revolução de Maio

1941

O Pai Tirano

1943

Amor de Perdição

1945

A Vizinha do Lado

1950

Frei Luís de Sousa

1959

O Primo Basílio

COMO ASSISTENTE DE REALIZAÇÃO

1929

Nazaré, Praia de Pescadores

COMO MONTADOR

1950

Frei Luís de Sousa

COMO SUPERVISOR

1952

O Milagre de Fátima

COMO PLANIFICADOR

1930

Maria do Mar

 

 

Olga Pombo opombo@fc.ul.pt