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Qual a forma a forma mais eficaz de controlar a Tuberculose ?

A bióloga Bárbara Parreira desenvolveu um Autómato Celular (AC) capaz de simular a propagação da tuberculose (TB) e o impacto do sistema de detecção de doentes previsto pelo Programa Nacional da TB (PNT). O AC é um modelo que segue a vida de cada indivíduo da população, desde o nascimento até à morte, bem como a sua posição no espaço. Os indivíduos contactam preferencialmente com os seus "vizinhos" e, quando um indivíduo doente contacta com outro indivíduo, pode-lhe transmitir a infecção. Um indivíduo infectado pode permanecer assintomático durante muito tempo (diz-se que está no estado latente), mas também pode desenvolver TB-doença num curto espaço de tempo. Além de ter em consideração que a transmissão da TB deve ocorrer preferencialmente entre os doentes e os seus contactos mais próximos (familiares, colegas de trabalho, etc), o modelo tem em conta a possibilidade de re-infecção, quer dos indivíduos latentes, quer de antigos doentes que foram tratados e recuperaram da doença, tal como foi recentemente proposto por Gabriela Gomes do IGC e colaboradores (Gomes et al 2004).

O AC da Bárbara confirmou os resultados teóricos previstos por G. Gomes (ver resumo), e mostrou que a detecção de doentes prevista pelo PNT, caso seja implementada de forma eficaz, é um método eficiente para reduzir a incidência da doença. Se a detecção de doentes for combinada com o rastreio e profilaxia dos seus contactos, o impacto sobre a incidência da TB é ainda maior. A BCG, pelo contrário, não é uma medida preventiva capaz de reduzir a incidência da TB, excepto em condições particulares de baixa transmissibilidade da doença. O desenvolvimento deste AC, abre novas e interessantes perspectivas de trabalho na simulação da dinâmica e controlo da TB, pois permite a introdução de um grau de realismo nunca antes conseguido na modelação desta doença.

Mas afinal o que é um AC ? Este texto in english explica PDF


 

 

 

 


Bárbara Parreira frente ao seu autómato

Eficácia variável da vacina contra a tuberculose

Vieram recentemente a lume nos orgãos de comunicação notícias sobre "uma explicação para a diferente eficácia da vacina BCG contra a tuberculose, encontrada por investigadores portugueses".

O artigo que deu origem a estas notícias resulta da minha colaboração com a Dra. Gabriela Gomes do Inst. Gulbenkian de Ciência, foi publicado pelos Proceedings of the Royal Society of London e pode ser descarregado aqui (public nº 27). Dado o carácter muito técnico (leia-se matemático) dos métodos usados, apresento aqui um pdf com um resumo que, espero, seja acessível à maioria dos meus visitantes. Este resumo é uma versão simplificada. O rigôr foi relaxado em algumas passagens e a ênfase é posta no essencial dos resultados. Uma compreensão profunda do assunto não dispensa leitura do artigo original.

Ler o resumo simplificado


 

A micobactéria Mycobacterium tuberculosis é a causadora de tuberculose em humanos

Quando deve baixar a idade recomendada para a 1ª dose da vacina contra o sarampo ?

Uma tese de doutoramento sobre a dinâmica do sarampo em Portugal, foi recentemente submetida à Universidade de Lisboa para defesa pública em 2004. A tese, da autoria de Ana Cristina Paulo, reúne informação disponível sobre a epidemiologia do sarampo ao longo do século XX - mortalidade, incidência, epidemias e vacinação. A formação interdisciplinar de Ana Paulo, na área da biologia e da matemática aplicada, permitiu-lhe a utilização de instrumentos rigorosos na análise desta informação. A autora constrói um modelo biomatemático, capaz de recriar a dinâmica passada da doença, o qual pode também ser usado para projecções do futuro da mesma. Uma das questões investigadas pela autora, serve de título a esta notícia e requer uma explicação prévia.

Existem razões para crer que os recém-nascidos, filhos de mães que são imunes ao sarampo por terem sido vacinadas, retêm os anticorpos herdados da mãe através da placenta, durante menos tempo do que os filhos de mães que são imunes por terem contraído a doença. Actualmente, a 1ª dose da VASPR, é dada só aos 15 meses, porque se crê que só nesta idade os recém-nascidos já perderam os anticorpos maternais (os quais interferem com a acção da vacina). Porém, com o aumento contínuo do número de mães vacinadas, haverá uma altura em que nascem mais bebés filhos destas mães do que das não-vacinadas e, nessa altura, fará sentido antecipar a 1ª dose da VASPR para mais cedo - talvez para os 12 meses de idade.

Na sua tese, Ana Paulo investiga o ano em que, previsivelmente, haverá mais filhos de mães vacinadas do que de mães que foram infectadas, prevendo que este ano não deverá ocorrer antes de 2011. Uma informação útil para a Comissão Técnica de Vacinação. 2 Jan 04


 

 

Ana Cristina Paulo

 

 

 

 

CTV revê o Programa Nacional de Vacinação (PNV) português.

A eliminação da poliomielite na região europeia da OMS, declarada em Junho de 2002, sugere ser oportuno substituir a vacina oral contra a polio (VAP) pela vacina injectavel (VIP) no PNV dos países europeus. A eliminação da polio, deve-se à administração à escala planetária de uma vacina oral muito eficaz contra o vírus da polio, a VAP. Em Portugal, a VAP é dada aos 2, 4, 6 meses e aos 5-6 anos de idade. Acontece, porém, que a VAP é uma vacina “viva” (os vírus estão na vacina, embora a sua acção tenha sido muito atenuada) e, em raríssimos casos, os vírus vacinais foram associados a casos de poliomielite paralítica. Apesar do risco ser mínimo (1 caso por 2,5 milhões de doses) e aceitável, dada a necessidade de eliminar a doença, a eliminação da polio na Europa sugere que a VAP deve ser substituída por outra vacina, igualmente eficaz, mas cujo risco de provocar paralisia flácida seja nulo. Essa vacina existe, tem vírus totalmente inactivados, é injectável, e designa-se por VIP (vacina injectavel anti polio).

Porque razão não se deu então sempre a VIP em vez da VAP ? A VAP tem um benefício sobre a VIP que consiste em conferir imunidade ao nível da mucosa intestinal. Esta imunidade é importante, porque há portadores do vírus que, sem terem sintomas da doença, podem transmitir o vírus por intermédio das fezes. A transmissão fecal-oral é relevante em regiões com más condições sanitárias e deve ser interrompida se se pretende eliminar o vírus.

A CTV iniciou recentemente a discussão da alteração do PNV, visando a substituição da VAP pela VIP, mas procurando simultâneamente minorar o inconveniente de introduzir mais "picas" no PNV nacional (recordar que a VAP é oral, enquanto a VIP é injectável). 29 Nov 03


Superfície do vírus da polio tipo 1, 350000x

 

 

A vacinação oral contra a polio está a ser substituída pela vacinação injectável na Europa

     
 

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