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As
perguntas dos pais
A
vacinação é uma importante componente das medidas
preventivas no domínio da saúde dos filhos. Reuni
aqui respostas a perguntas frequentes feitas pelos pais
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1.
Porque razão hei-de vacinar os meus filhos ?
2. O que pode suceder se não vacinar
os meus filhos ?
3. As vacinas funcionam ?
4. Quando é que o meu filho deve ser
vacinado ?
5. Quais são as vacinas de que o meu
filho precisa ?
6. Tenho de pagar para vacinar os meus filhos
?
7. As vacinas são seguras ?
8. Apanhar uma vacina dói ?
9. Como é que as vacinas actuam ?
10. O meu filho foi vacinado e ficou doente,
que maçada !
11. Será que organismos tão
frágeis como os recém-nascidos estão preparados
para receber tantas vacinas ? |
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A
sua pergunta não está aqui ? hum ... contacte-me,
pode ser que eu saiba. Mas note que a informação nesta
página não substitui o pediatra. Há muitas variações
de criança para criança que só o pediatra pode
resolver, com base na observação dos seus filhos.
Entretanto, procure
cumprir o esquema de vacinação
recomendado e mantenha o Boletim de Vacinas dos seus filhos actualizado.
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1. |
Porque
razão hei-de vacinar os meus filhos ?
As vacinas protegem os seus filhos
contra muitas doenças que se apanham por contágio
e que podem ter graves consequências para a sua saúde.
Muitas crianças em Portugal ainda apanham doenças
como a hepatite, a papeira ou a tosse convulsa. Hoje em dia, temos
uma certa tendência para considerar que as doenças
infantis não são muito graves, graças ao impacto
da vacinação sobre as mesmas. Mas as doenças
infantis podem matar ou deixar sequelas muito graves. Doenças
como a difteria, a tuberculose ou mesmo o sarampo, podem matar.
Antes da vacina, centenas de crianças ficavam paralíticas
devido à poliomielite. Sem vacinação na idade
apropriada, os seus filhos podem desnecessáriamente apanhar
uma destas doenças.
Isto não se aplica só
às crianças, mas elas são em geral as principais
vítimas de não se vacinar, dado que as suas defesas
imunológicas estão em geral menos desenvolvidas que
as dos adultos.
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Doenças como o sarampo podem
ter consequências muito sérias
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2. |
O que pode suceder
se não vacinar os meus filhos ?
Talvez nada, caso os seus filhos não
sejam expostos às doenças. Mas o problema é
que as crianças são em geral expostas a doenças
e a maior parte das doenças transmissiveis passam fácilmente
de pessoa para pessoa, por exemplo, pela respiração. Sem
vacinação os seus filhos podem apanhá-las,
podendo atingir temperaturas elevadas, tosse, problemas respiratórios
ou problemas neurológicos. Nalguns casos, estas doenças
podem deixar os seus filhos surdos, cegos, ou com paralisias.
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3. |
As vacinas funcionam
?
Sim, sem dúvida. Se os seus
filhos apanharem a vacina certa na altura certa, a probabilidade
de apanharem qualquer doença transmissível é
muito menor. O impacto que a vacinação tem tido na
diminuição da incidência das doenças
em Portugal está relativamente bem documentado.
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4. |
Quando é que
o meu filho deve ser vacinado ?
Muitos pais pensam que os seus filhos
só precisam de ser vacinados quando vão para a escola.
Isto não é verdade. A vacinação deve
iniciar-se quando os seus filhos ainda são bebés.
O quadro de idades recomendado
mostra que as primeiras vacinas devem ser dadas logo após
o nascimento, sendo a maior parte das vacinas dada durante os primeiros
2 anos de vida. As crianças que se atrasam no quadro recomendado
devem “recuperar” guiando-se pelo quadro do esquema
atrasado (para menores de 7 anos) ou pelo do esquema
tardio (aplicável dos 7 aos 18 anos).
Em caso de dúvidas,
consulte o seu pediatra ou o posto de vacinação mais
próximo. Não se esqueça de levar consigo o
boletim de vacinas dos seus filhos.
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5. |
Quais
são as vacinas de que o meu filho precisa ?
Algumas vacinas são uma combinação
de vários componentes e protegem contra mais do que uma doença.
As vacinas de que os seus filhos precisam são as seguintes:
VASPR
– Protege contra o Sarampo, a Parotidite (= papeira) e a Rubéola.
Polio (VAP ou VIP)
– Protege contra a Poliomielite
DTP-Hib – Vacina
contra a Difteria, Tétano, Pertussis (= tosse convulsa) e
o Haemophilus influenza (bactéria causadora de meningites).
Nas crianças mais velhas é dada apenas a DT (retira-se
a componente Pertussis e a Hib) ou a Td (Tétano com dose
reduzida de difteria).
HBV – Protege
contra a Hepatite B, uma grave doença do fígado.
BCG – Protege
contra a tuberculose, em particular as formas mais graves desta
doença.
Algumas destas vacinas requerem mais de uma dose, a fim de darem
protecção durante toda a vida.
Para saber mais sobre estas vacinas, clicar aqui
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6. |
Tenho
de pagar para vacinar os meus filhos ?
As vacinas acima indicadas são
gratuitas pois fazem parte do chamado Programa Nacional de Vacinação
(PNV), o qual é custeado
pelo estado, quer dizer, por todos nós.
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7. |
As vacinas
são seguras ?
Por vezes existem reacções
às vacinas (RPV’s), mas são em geral reacções
benignas, de curta duração e fácilmente suportáveis.
As reacções pós-vacinais mais sérias
podem ocorrer, mas são extremamente raras. Os riscos que
os seus filhos correm de apanhar as doença transmissiveis
contra as quais as vacinas protegem, são muito maiores do
que ter uma reacção pós-vacinal séria.
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8. |
Apanhar
uma vacina dói ?
Por vezes dói um pouquinho e
o seu bebé pode chorar durante alguns minutos. Pode também
ocorrer um pouco de inchaço no local onde a vacina foi injectada.
Contudo, a protecção da saúde do seu filho
vale bem algumas lágrimas. Se o seu filho já tiver
idade suficiente, explique-lhe que a vacinação serve
para evitar apanhar algumas doenças graves, que teriam consequências
(dolorosas) para ele durante muito tempo. Conforte e brinque com
o seu filho depois da vacinação.
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9. |
Como
é que as vacinas actuam ?
Quando somos infectados por um virus,
bactéria, ou outro agente causador de uma doença transmissivel,
o nosso corpo reage produzindo substâncias chamadas anticorpos.
Estes anticorpos combatem o agente invasor (chamado antigénio)
e ajudam-nos a recuperar da doença. Em geral estes anticorpos
permanecem no nosso corpo, mesmo depois de estarmos curados, evitando
que apanhemos a mesma doença mais tarde. A isto chamamos
ter imunidade à doença.
Os bebés nascem imunes a muitas doenças,
pois recebem anticorpos protectores através da placenta da
mãe. Mas esta imunidade do recém-nascido desaparece
durante o primeiro ano de vida, deixando o bebé exposto aos
agentes infecciosos.
As vacinas permitem que mantenhamos
o bebé imune a muitas doenças, mesmo depois dele perder
os anticorpos recebidos da mãe. Dentro da vacina estão
os agentes causadores de doenças (antigénios) num
estado muito enfraquecido. A vacina “engana” o nosso
organismo, fazendo-o pensar que estamos a ser invadidos pelo agente
da doença. O corpo reage produzindo anticorpos que permanecem
durante muito tempo activos. Se a criança vacinada fôr
exposta à doença mesmo a sério, estará
protegida contra esta.
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Regresso ao topo
Esta bactéria chama-se Haemophilus
influenzae e está aumentada 16 mil vezes. Apesar do aspecto
inofensivo, causa, por exemplo, meningite. Em Portugal as crianças
são vacinadas contra ela aos 2, 4, 6 e 18 meses.
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10. |
O meu filho
foi vacinado e ficou doente, que maçada ! Muitos
pais reclamam porque após os seus filhos tomarem a vacina,
ficam com sintomas de doença. Mas é normal que após
a vacinação surjam reacções de curta
duração (até 48-72 h) e pouco severas. Entre
os sintomas que aparecem após a toma da vacina, destacam-se:
as borbulhas, a febre, dores no corpo e o mal-estar geral, ficando
a criança um pouco "esmorecida".
No local onde é administrada
a vacina poderão surgir alguns efeitos secundários
como, por exemplo, um vermelhão, inchaço e ainda alguma
dor. Existem ainda outras ocasiões em que, devido ao facto
da vacina não estar ainda completa (muitas vezes devido ao
número de doses), a doença possa, entretanto, surgir.
Mas irá ter apenas uma prevalência ligeira, acabando
por passar ao fim de poucos dias.
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11. |
Será
que organismos tão frágeis como recém-nascidos
estão preparados para receber tantas vacinas ?
Apesar da aparente fragilidade, o sistema
imunológico do recém-nascido tem capacidade para responder
à invasão por agentes estranhos (antigénios),
capacidade essa já presente no feto muito antes de nascer.
Alguns componentes essenciais do sistema imunológico estão
presentes no feto ao fim de 14 semanas de gestação
e já expressam nessa altura uma vasta gama de “receptores
específicos” para antigénios. No útero,
porém, há muito poucos agentes estranhos e, por isso,
as células do sistema imunitário do recém-nascido
são ainda muito “ingénuas”. Mas elas estão
lá e, pelo menos para uma vasta gama de agentes estranhos,
são muito eficientes a “aprender”como actuar
e a “memorizar” o que devem fazer.
Além disso, o número
de vacinas dadas ao bebé é muito mau indicador do
“trabalho” que estamos a dar ao seu sistema imunitário.
Vou tentar explicar. A maioria dos antigénios presentes nas
vacinas são moléculas complexas, semelhantes às
que existem na parte exterior dos vírus e bactérias.
Por estranho que pareça, diminuiu muito o número de
antigénios a que um programa de vacinação moderno
sujeita uma criança, comparativamente com a vacinação
que se fazia nas décadas de 1960, 1970 e 1980. Isto apesar
do número de vacinas ter aumentado muito. É espantoso,
mas é o resultado dos avanços da Biologia Molecular.
Por exemplo, a vacina da varíola, que era dada nos anos 1960
tinha, sózinha, 200 antigénios (neste caso, proteínas).
Esta vacina já não é dada, porque eliminámos
a varíola do planeta. Em compensação, aumentámos
muito o número de outras vacinas, mas as vacinas modernas
têm muito menos proteinas antigénicas para estimular
o sistema imunitário do que as antigas. Eis alguns exemplos:
difteria (tem 1 proteina), tétano (1 proteina), sarampo (10
proteinas), polio (15), papeira (9), Haemophilus (2), Hepatite B
(1), rubéola (5). Quer dizer, estas vacinas todas provávelmente
“dão menos trabalho” ao sistema imunitário
do bebé do que a vacina da varíola sózinha.
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Regresso ao topo
Células T (a branco) atacam uma célula
defeituosa. As células T são um importante componente
do sistema imunitário e já estão presentes
no feto e no recém-nascido
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