DESCRIÇÃO OCIDENTAL  

Texto de Beda, o Venerável, monge anglo-saxão do sec. VII

DESCRIÇÃO ORIENTAL

Texto que se encontra num diccionário persa do sec. XVI

A. Unidades

“Quando dizes ‘um’, dobrando o mínimo esquerdo, o colocas na articulação média da palma”

“Para o número 1 é preciso baixar o mínimo”

“Dizendo ‘dois’, dobras o seguinte colocando-o no mesmo lugar”

“Para o número 2 é preciso juntar o anelar e o mínimo”

“Quando dizes ‘três’ dobras da mesma maneira o terceiro”

“Para o número 3, juntar aos dois dedos precedentes o do meio”

“Quando dizes ‘quatro’, levantas do mesmo lugar o dedo mínimo”

“Para o número 4, levantar o mínimo (os outros dedos permanecem na posição precedentemente indicada)”

“Para ‘cinco’ levantas igualmente o segundo dedo”

“Para o número 5, levantar também o anelar”

“Quando dizes ‘seis’, levantas da mesma forma o terceiro, só que fixas aquele que é chamado o medicinal (o anelar) no meio da palma”

“Para o número 6, levantar o dedo do meio, deixando o anelar baixado (de maneira que a ponta desse dedo esteja no meio da palma da mão)”

“Dizendo ‘sete’, levantas todos os outros dedos, contudo, o mínimo apenas é colocado na raíz da palma, bern próximo desta”

“Para o número 7, levanta-se também o anelar, mas baixa-se o mínimo (de modo que a sua extremidade se inclina fortemente na direcção do pulso)”

“Quando dizes ‘oito’, fazes a mesma coisa com o medicinal”

“Para o número 8 é preciso fazer a mesma coisa corn o anelar”

“Para ‘nove’ acrescentas ao mesmo lugar o impúdico (o dedo do meio)”

“Para o número 9, fazer igualmente a mesma coisa com o médio”

B. Dezenas

“Quando dizes ‘dez’ colocas a unha do indicador na articulação mediana do polegar”

“Para 10, a unha do indicador da mão direita é aplicada na primeira articulação do polegar (começando pelo alto), de sorte que o intervalo deixado entre os dedos se assemelhe a um círculo”

“Com ‘vinte’ colocas a extremidade do polegar apertada entre o indicador e o impúdico (o médio)”

“Para 20, a parte da falange inferior do indicador do lado do

médio é passada pela convexidade da unha do polegar

(de forma que pareca que a ponta do polegar está apertada entre as

raízes do indicador e do dedo

médio, sem que contudo o dedo do meio contribua em nada para a indicação do número, porquanto as variações de posição deste dedo devem continuar a figurar as seguintes. A reunião da unha do polegar com a borda da falange inferior do indicador exprime sozinha e por si mesma o número 20)”

“Com ‘trinta’ juntas num doce abraço o indicador e o polegar”

“Para 30, manter o polegar direito e colocar a extremidade da ponta

do indicador sobre a unha, de sorte que da disposição do polegar com

a do indicador resulte uma figura semelhante a um arco com sua

corda (se, para facilitar essa

posição, se sentisse a necessidade de curvar o polegar, a figura não perderia em nada o número em questão e não resultaria daí nenhuma confusäo)”

“Com ‘quarenta’, colocas o interior do polegar no lado ou no dorso do indicador, os dois dedos estando elevados”

“Para 40 coloca-se a parte interior da ponta do polegar no dorso da falange interior do indicador, de forma a não deixar nenhum intervalo entre o polegar e a borda da palma da mão”

“Com ‘cinquenta’ inclinarás o polegar na direcção da palma, a falange extrema baixada, como na forma da letra grega G”

“Para 50 é preciso rmanter o indicador recto e elevado, mas curvar o polegar e colocá-lo na palma da mão diante do indicador”

“Com ‘sessenta’, o polegar estando curvado como precedentemente, o indicador envolve exactamente a parte que se encontra diante da unha”

“Para 60 mantém-se o polegar curvado e coloca-se a parte interior da segunda falange do indicador na convexidade da unha do polegar”

“Com ‘setenta’, o indicador estando como acima, isto é, envolvendo estreitamente a convexidade da unha do polegar, este terá a unha elevada através da articulação mediana do indicador”

“Para 70, o polegar estando recto, apoia-se a parte interior da primeira falange do indicador na extremidade da unha do polegar, de modo que a convexidade dessa unha fique inteiramente descoberta”

“Com ‘oitenta’, o indicador estando como acima inflexionado, o polegar recto, colocarás a unha deste (do polegar) na articulação mediana aplicada ao indicador”

“Para 80 é preciso manter o polegar recto e colocar a extremidade da ponta do indicador na convexidade da primeira articulação”

“Com ‘noventa’, fixarás a unha do indicador na raiz do polegar”

“Para 90, coloca-se a unha do indicador na articulação da segunda falange do polegar (tal como para 10 é preciso colocar na articulação da primeira falange)”

C. Centenas e Milhares

“Quando dizes cem’, farás na mão direita como ‘dez’ na mão esquerda; 200 será na mão direita como 20 na esquerda; 300 na direita como 30 na esquerda; 400 na mão direita como 40 na esquerda; etc. até 900”

“Se se tem bem presentes ao espírito essas 18 figuras, a saber, as 9 combinações dos dedas mínimo, anuelar e médio, bem coma as 9 combinações do polegar e do indicador, compreender-se-á facilmente que o que na mão direita serve de sinal para as unidades de 1 a 9 indica na mão esquerda o mesmo número de 1.000 a 9.000; e também o que na mão direita serve de sinal para as dezenas, de 10 a 90, indica na mão esquerda as centenas, de 100 a 900”