Sabemos que a Matemática
é a mais antiga das ciências e que a sua origem se esconde nas areias da
antiga civilização egípcia. Como Aristóteles explica: “A matemática nasceu nas
vizinhanças do Egipto, porque aí era concedido tempo livre à classe sacerdotal.”
(cit. in Burton, 1985, p. 32)
Ora, todo o conhecimento que temos hoje sobre a Matemática egípcia baseia-se em dois grandes documentos: o papiro de Rhind e o papiro de Moscovo. Outros documentos importantes são os papiros de Berlim, de Kahun e do Cairo.
Estes
papiros são compostos
por exposições de problemas triviais e suas resoluções. Na verdade, o que
distingue a matemática egípcia da matemática babilónica e, mais tarde, da
grega é o facto de não exirem demonstrações nem serem conhecidas
as origens das fórmulas utilizadas. O que se encontra são exemplos
comprovatórios; nunca demonstrações.
Este trabalho vai centrar-se no papiro de Rhind e nos seus problemas.
O papiro de Rhind intitula-se Instruções para conhecer todas as coisas secretas e é, sem dúvida, o mais precioso documento de quantos existem relativos aos conhecimentos matemáticos dos egípcios.
![]() Neste papiro aparecem alguns erros, importantes em alguns casos, que podem dever-se ao facto de ter sido copiado de textos anteriores. |
Conhece-se muito pouco sobre a intenção do papiro. Se há indicações de que poderia ser um documento com intenções pedagógicas ou mesmo um simples caderno de notas de um aluno, para outros historiadores representa um guia das matemáticas do antigo Egipto, pois é o melhor texto de matemática. Basicamente o papiro dá-nos informações sobre aritmética, fracções, cálculo de áreas, volumes, progressões, repartições proporcionais, regra de três simples, equações lineares e trigonometria básica. |