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Meningococo
- (Meningite e septicémia meningocócica causada pela
bactéria Neisseria
meningitidis) |
Doença
meningocócica
- Meningite e Septicémia.
Vacinas
Controvérsia sobre a vacinação
contra o serogrupo C
Reacções
pós-vacinais
Contra
indicações
A partir de Jan 2006, a vacina entra no PNV aos 3, 5, 15 meses de idade.
Mas o meu filho já tem mais de 1 ano, em que idade é que agora toma a vacina ?
O meu filho já tinha tomado a vacina no 1º ano de vida, deve voltar a tomar ?
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Doença
meningocócica (DM) - Meningite e Septicémia.
Doença meningocócica
(DM) é o termo usado para designar doenças causadas
pelo meningococo. As mais importantes são a meningite
meningocócica (MM) e a septicémia
ou infecção meningocócica (IM). Estas doenças
são quase sempre emergências médicas e estão
associadas a elevadas taxas de mortalidade, daí a preocupação
(e a publicidade) a que estão habitualmente associadas.
Meningococo é o nome vulgar
dado à bactéria Neisseria meningitidis. Existem
pelo menos 13 serogrupos desta bactéria, dos quais os principais
são o A, B, C, W135 e Y. Estes serogrupos, por sua vez, subdividem-se
em serótipos. O importante a reter, em toda esta variedade
do meningococo, é que não existe uma única
vacina para todas estas variantes. São portanto destituídas
de fundamento afirmações de que é possível
com uma só vacina adquirir protecção contra
todas as formas de DM. Por maioria de razão, também
não existe uma vacina contra todas as formas
de meningite, uma vez que esta infecção pode
ser causada pelas variantes do meningococo, por outras bactérias
e ainda por vírus.
Os humanos são os únicos
hospedeiros do meningococo, estimando-se que 5 a 10% da população
possa ser portadora. Os serogrupos de N. meningitidis com
maior expressão na Europa são os B
e C, em contraste com a predominância do
serogrupo A na África Sub-Sahariana, na chamada cintura da
meningite, responsável pela alta prevalência de DM
nessa região. Em Portugal, o B e C têm partilhado entre
si a grande maioria dos casos de DM, estimando-se que em anos recentes
(2001, 2002) a proporção de casos C tenha rondado
50 a 60%.
Estudos populacionais do meningococo
sugerem comportamento clonal e relativa facilidade de interconversão
entre os serogrupos. No interior de um grupo clonal, podem encontrar-se
diferentes serogrupos e estes podem interconverter-se no decorrer
de uma epidemia, fruto da transposição de genes entre
os organismos.
Informação mais detalhada
sobre o meningococo, as vacinas e a epidemiologia da DM em Portugal
está no artigo 25.
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Vacinas
Existem dois tipos de vacinas contra
o meningococo. As vacinas polissacáridas, mais antigas e,
desde 2001, as vacinas conjugadas. Em ambos os casos são
vacinas inactivadas (a partir
de fracções).
Vacinas polissacáridas
Estas vacinas são eficazes apenas
a partir dos 2 anos de idade, não cobrindo portanto a faixa
etária de maior incidência da doença, e não
induzem memória imunológica prolongada. São
dirigidas contra os serogrupos A, C, W135 e Y, destinando-se sobretudo
à vacinação de adultos. A sua utilização
é recomendada a viajantes para áreas hiperendémicas
e em situação de surto. Em
Portugal apenas está registada a vacina Mengivac A+C (marca
comercial) sendo, no entanto, a vacina Mencevax ACWY (marca comercial)
distribuída, por autorização especial, para
prescrição e administração nas consultas
do viajante.
Vacinas conjugadas(*)
As vacinas conjugadas têm eficácia
a partir dos 2 meses de idade, induzem memória imunológica
prolongada e destinam-se apenas ao serogrupo C. Em
Portugal estão autorizadas desde 2001 a Meningitec, Meninvact/Menjugate
e a NeisVac-C (tudo marcas comerciais).
Quanto à vacinação
contra o meningococo B, indispensável no actual contexto
europeu e português, embora haja intensa investigação
sobre formulações vacinais, algumas já em fase
de ensaio clínico, não existe ainda vacina disponível
com eficácia persistente.
(*) A designação "conjugada" é puramente técnica. Deve-se a que a vacina conjuga um polissacárido da cápsula da bactéria N. meningitidis com uma proteina da bactéria da difteria ou com o toxóide do tétano
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Controvérsia
sobre a vacinação contra o serogrupo C
2002
Em 2002, poucos meses depois da autorização
em Portugal da vacina conjugada contra o meningococo C, uma intensa
campanha mediática sugeriu estarem reunidas condições
para a introdução desta vacina no PNV. Ao longo de
2002, a CTV acompanhou a situação
epidemiológica portuguesa e concluiu não ser de molde
a justificar o alarmismo provocado pelos media. Analisou também
a oportunidade de administração universal e gratuita
da vacina conjugada. As conclusões da Comissão resumem-se
em seguida.
A introdução em grande
escala destas vacinas é ainda muito recente (Reino Unido
em Nov 1999, Espanha e Irlanda em Out 2000, Bélgica em Mar
2002) e, por conseguinte, os resultados até à data
são preliminares. Estes resultados, aliados a estudos anteriores
sobre a resposta imunitária à vacina, sugerem argumentos
a favor de que a vacina conjugada seja considerada candidata à
inclusão no PNV e/ou em campanhas de vacinação.
Estes argumentos resumem-se em 4 pontos:
1) A vacina é eficaz.
2) A vacina tem potencial para gerar imunidade
de grupo por induzir a formação de anticorpos na mucosa
da nasofaringe contra o serogrupo C, reduzindo assim a proporção
de portadores deste serogrupo.
3) A vacina induz memória imunológica
prolongada, mesmo em crianças com menos de 1 ano de idade.
4) A frequência
de reacções adversas graves é muito baixa (<0,01%)
e as reacções ligeiras ocorrem com uma frequência
variável, comparável à das outras vacinas.
Subsistem, contudo, dúvidas
e receio fundamentado de interconversão entre serogrupos
de N. meningitidis, em resposta à pressão
selectiva causada pela vacina. Não é possível
excluir uma resposta adaptativa da bactéria, traduzida pela
ocupação do “nicho ecológico” deixado
vago pelo serogrupo C pelos serogrupos não-C. O serogrupo
B é especialmente preocupante, dada a sua prevalência
em Portugal e o facto de não existir vacina eficaz contra
ele. A verificar-se o cenário descrito, a vacinação
conduziria a uma situação epidemiológica que,
a prazo desconhecido, poderia ser muito pior que actual. A vigilância
epidemiológica em alguns dos países que introduziram
a vacinação é de boa qualidade, mas ainda é
muito cedo para tirar conclusões relativamente a estas preocupações.
Um segundo tipo de dúvidas,
ainda não respondido pela maioria dos países, relativamente
à inclusão da vacina nos PNVs nacionais, diz respeito
à sua relação custo-efectividade.
A este propósito, um estudo económico
encomendado pela DGS em 2003 avaliou positivamente a inclusão da vacina no PNV português
Atendendo ao exposto e à ausência
de uma situação epidémica no país, em
2002 a CTV recomendou a não inclusão imediata da vacina
no PNV, vigilância epidemiológica apertada, acompanhamento
da situação na Europa e reavaliação
da situação em 2003.
2003
Em 2003, por decisão ministerial,
a vacina contra o meningococo C passou a ser comparticipada pelo
estado (mas não incluida no PNV). Presentemente é
ainda difícil avaliar qual a proporção da população
coberta pela vacina, mas as primeiras observações
da incidência da doença em Outubro-Novembro de 2003,
sugerem uma diminuição da incidência da mesma,
comparativamente aos 3 anos anteriores. No Reino Unido, entretanto,
não existe evidência de que a incidência do serogrupo
B esteja a aumentar, apesar da elevada cobertura vacinal contra
o C. Espera-se que em finais de 2003 a CTV reavalie a situação
e emita um parecer sobre a inclusão da vacina no PNV.
2004-05
Em 2004/05 a CTV continuou a acompanhar a evolução epidemiológica nos países europeus onde a vacinação em massa foi introduzida, tendo concluído que os argumentos pró- introdução da vacina no PNV superam os argumentos contra. Assim, a CTV recomendou a inclusão da vacina no PNV e o respectivo calendário de toma da vacina.
2006
Em Janeiro entrou em vigor o PNV-2006, já com a vacina contra o Meningococo C aos 3, 5 e 15 meses de idade.
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Reacções
pós-vacinais
As reacções à
vacina polissacárida são raras (cerca de 2%): eritema
no ponto de injecção, febre moderada durante 24h.
Quanto à vacina conjugada, a
frequência de reacções adversas graves é
muito baixa (<0,01%) e as reacções ligeiras ocorrem
com uma frequência variável, comparável à
das outras vacinas. As reacções mais comuns em menores de 2 anos são choro, irritabilidade, sonolência ou alterações do sono, anorexia, náuseas, diarreia, dores abdominais. Em todas as idades, a reacção mais comum é a febre, podendo ocorrer também eritema, ardor, tumefacção ou dor, no local da injecção. Estas reacções desaparecem em 24 a 48 horas.
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Contra
indicações
A vacina pode ser adiada em indivíduos apresentando doença aguda grave, com ou sem febre, ou doença crónica progressiva.
Doença ligeira, com ou sem febre, não constitui motivo para adiamento da toma desta vacina.
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A partir de Jan 2006, a vacina entra no PNV (universal e gratuito) aos 3, 5, 15 meses de idade.
Mas o meu filho já tem mais de 1 ano, em que idade é que agora toma a vacina ?
Entre 2006 e 2008 a vacina é gratuita até aos 18 anos de idade. Se a criança já tem mais de 12 meses de idade, apenas necessita de apanhar 1 dose da vacina. Pode fazê-lo gratuitamente em qualquer posto de vacinação estatal.
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O meu filho já tinha tomado a vacina no 1º ano de vida, deve voltar a tomar ?
Se o bebé tomou uma dose antes dos 10 meses de idade e ainda tem menos de 12 meses de idade, deve ainda tomar 2 doses antes dos 12 meses, com um intervalo mínimo de 8 semanas entre elas. Depois deve tomar uma 3ª dose aos 15 meses. Esta última dose é muito importante, pois só ela garante imunidade duradoura durante o resto da infância.
Se o bebé tomou uma dose já depois dos 10 meses de idade, deve tomar mais uma dose aos 15 meses de idade (ou em qualquer idade mais avançada). É fundamental que todas as crianças tomem esta dose no seu 2º ano de vida (ou mais tarde), pois só esta garante imunidade duradoura durante a infância.
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