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Apresentamos neste trabalho a
tradução de uma célebre carta de Arquimedes ao rei Gelão.
Nesta carta, Arquimedes demonstra que consegue escrever o número de grãos de areia necessários para encher a
esfera que tem por centro o sol e cujo raio é a distância entre o centro do
sol e o centro da terra,
ou seja, o número de grãos de areia que o 'universo', pode conter. Para poder demonstrar a sua tese, Arquimedes teve de se
basear em estimativas de distâncias entre a terra e a lua, e entre a terra e o sol. Para tal,
socorreu-se dos trabalhos
astronómicos de Aristarco
de Samos (310-230 a.C.). daí que, para além do seu interesse teórico,
esta carta tenha um
imenso interesse histórico: ela constitui uma das fontes para o conhecimento
das teses defendidas por Aristarco no seu
célebre " Tratado do Mundo", obra dramaticamente perdida no incêndio da
biblioteca de Alexandria. Referimo-nos à tese de que a terra girava em torno do sol
(hipótese heliocêntrica), tese que, só 17 séculos mais tarde, será redescoberta por
Copérnico
(1473-1543) e Galileu (1564-1642).
Nesta
carta teremos também oportunidade de ver como é que Arquimedes consegue exprimir as
dimensões do universo por intermédio da criação de um sistema numérico
próprio.
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Tradução
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