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A vida de M. C.
Escher |
Escher com 15 anos, 1913 |
Maurits Cornelis Escher nasceu a 17 de Junho
de 1898 em Leenwarden (cidade no norte da Holanda). Filho de Sarah
Gleichman e de
George Arnold Escher,
engenheiro civil, é encorajado desde cedo a aprender algumas artes
ligadas à carpintaria. Mauk (como era tratado pela família) desenvolve
rapidamente o gosto por trabalhos com madeira, aprendendo técnicas
que mais tarde lhe serão muito úteis, nomeadamente a xilogravura.
Aos 13 anos dá entrada numa das escolas
secundárias de Arrnheim para onde se havia mudado em 1903 com os pais.
Era um aluno relativamente fraco, o que explica que não tenha
conseguido obter o diploma final quando sai em 1918.
Neste espaço de tempo, e na companhia de um
amigo, vai fazendo lineo-gravuras. O seu primeiro trabalho - Pássaro numa gaiola -
data de 1916, e não foi apreciado pelos seus professores. |
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Em 1919, já com 21 anos, Escher vai para Haarlem
estudar Arquitectura na Escola de Artes Decorativas. Descontente
com o curso e contando com o incentivo do professor e director da
escola,
Samuel Jesserun de Mesquita
(judeu de origem portuguesa), muda para o curso de Artes
Decorativas. No entanto, apesar de dominar muito bem as técnicas
de xilogravuras, o sucesso neste curso também não foi grande.
Perante tal
situação, Escher acaba por abandonar a escola (1922), mantendo
embora o apoio de Mesquita, com o qual manteve contacto até 1944, altura
em que este é vítima do racismo nazi.
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Jesserum Mesquita |
Escher na viagem na Itália central |
Ainda em
1922, Escher, na companhia de dois amigos holandeses, viaja pelo
centro de Itália, país que o encanta desde logo! Pode
ler-se mesmo, tal entusiasmo, nas suas cartas e
diários, por exemplo,
quando vê
ao longe as
17 torres de San Diego
“Parecia um sonho, não podia ser
real...” (cit.
in Locher, 1993, p.21). O
encanto por Itália está na origem dos seus desenhos que tiveram início neste período.
Espanha foi
outro dos países visitados por Escher em Setembro do mesmo ano.
Desta visita é de destacar o contacto com a arte decorativa
islâmica “...a coisa
estranha para mim foi a grande
riqueza de decoração e a grande dignidade e simples beleza do
todo...” (cit.
in Locher, 1993, p.23). |
Apesar de ter
gostado de Espanha, Escher não esqueceu Itália e passados dois meses
aí regressou. Primeiro, instalou-se em Siena mas, em Março de
1923, foi para Ravello, no sul de Itália, onde conheceu Jetta Umiker
com quem viria a casar.
Datam desta época,
fins de 1922 e inícios de 1923, as primeiras xilogravuras de paisagens
italianas. Em Junho do mesmo ano regressou a Siena onde, em Agosto,
expôs, pela primeira vez individualmente, os seus trabalhos. Em
Fevereiro do ano seguinte expõe na Holanda onde viria a fazer
inúmeras exposições dos seus trabalhos.
Esta década foi
muito marcante na vida de Escher tanto a nível artístico, dado que
os seus trabalhos começam a ser conhecidos, como a nível pessoal.
Em 1926, mudou-se de Ravello para Roma,
onde viriam a nascer os seus dois filhos mais velhos, George
(1926) e Arthur (1930).
O reconhecimento
ia aumentando. A sua obra foi apreciada não só a nível europeu,
nomeadamente na Holanda, mas também na América onde foi premiado com o terceiro lugar numa exposição em Chicago
(1934), com a litografia “Nonza”. Antes disso, em 1932 e 1933
foram publicados dois livros com ilustrações de Escher, XXIV Emblemata e
De vreeselijke avonturen van Scholastica,
respectivamente.
Em 1935,
face à situação política na Itália, mudou-se com
a família para Chateaux-d’Oex |
Escher em Roma, 1930 |
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na Suíça,
onde viria a viver pouco tempo. A paisagem parecia-lhe monótona e
pouco inspiradora. Dizia mesmo “...detestável, branca miséria de
neve...” (cit. in
Locher, 1993, p.47). Assim,
passados dois anos, e depois de ter feito uma viagem acompanhado da
esposa revesitando alguns países como Espanha, França e Itália,
mudou-se com a família para Ukkel na Bélgica, onde passados três anos
foi pai pela terceira vez.
O ano de 1939 foi um
ano dramático. Em Junho, Escher perdeu o pai que contava, então, 96
anos. Ainda não recomposto de tal perda, foi fustigado por mais uma
tragédia familiar. Desta feita, em fins de Maio de 1940, perdeu a Mãe!
Auto - retrato, 1943 |
É então que, em
1941, decidiu regressar ao país natal, mudando-se para Baarn.
Só em 1951 parece ter atingido o ponto
mais alto. Os artigos sobre Escher e o seu trabalho
multiplicaram-se, nomeadamente em revistas como The Studio,
Time e
Life. Em 1954, em
simultâneo com uma Conferência Internacional de Matemática,
realizou-se em Amesterdão uma grande exposição dos trabalhos de
Ercher no Stedelijk Museum.
Expõe igualmente em Washington. Passados quatro anos, publicou o
célebre texto – Regelmating Vlakverdeling – sobre a divisão
regular do plano e, no ano seguinte, surge Grafick en Tekeningen
M. C. Escher sobre a sua obra gráfica.
Em 1960 expõe em Cambridge e é orador convidado
numa conferência internacional de cristalografia. A
sua obra torna-se, reconhecidamente, uma ponte entre a ciência e
a arte.
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Escher trabalhou
sempre com regularidade, excepto quando alguns problemas de saúde o
obrigaram afastar-se da vida artística. Referimo-nos ao período de 1962 a 1970 durante o qual foi submetido a algumas intervenções cirúrgicas.
Mas, mesmo durante esse espaço de tempo, não esteve inactivo.
Um dos
seus mais famosos trabalhos –
Serpentes – data de 1969.
Também ao nível de exposições não esteve parado. Os seus trabalhos
foram apresentados publicamente numa grande exposição retrospectiva em The
Hague (1968) e outra em Washington.
Depois de uma
série de operações instala-se na Rosa Spier House em Laren,
no norte da Holanda. Apesar do seu estado de saúde inspirar já
algum cuidado, ainda chegou a assistir à publicação do
livro -The World of M. C. Escher.
Faleceu a 27 de Março
de 1972 no hospital de Hilversum quando ainda não tinha
completado 74 anos.
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Escher no seu Atelier |
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