Viscosidade e Reologia

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Calibração

A calibração de viscosímetros pode realizar-se directamente a partir da equação de trabalho do instrumento e da medição pelas técnicas adequadas das diversas constantes e parâmetros envolvidas, caso em que dizemos ter um instrumento absoluto, ou indirectamente a partir da realização de ensaios de determinação da viscosidade de substâncias cuja viscosidade, reconhecida como padrão tenha sido estabelecida por meios independentes, e neste caso diz-se que temos em instrumento relativo.

A quase totalidade dos viscosímetros é utilizada de modo relativo, pois conforme se referiu a propósito dos diversos tipos de instrumento, a quantidade e sensibilidade das constantes instrumentais a determinar tornaria essa operação demasiado morosa e dispendiosa para a normal utilização destes instrumentos.

A viscosidade dos fluidos pode variar de menos de 10-6 Pa.s até mais de 106 Pa.s, num total de 12 ordens de grandeza, tornando impossível o recurso a apenas uma substância ou instrumento para cobrir uma tão vasta gama de valores possíveis. Mesmo grupos restritos de substâncias, como por exemplo a maior parte dos líquidos orgânicos têm viscosidades compreendidas entre 10-3 e 103 Pa.s cobrindo 6 ordens de grandeza de valores.

Tal variabilidade tem como principal consequência a necessidade de um elevado número de materiais de referência com valores de viscosidade certificados por entidades internacionalmente reconhecidas. No entanto, a viscosidade certificada para esses materiais é sempre referida à da água através de uma cadeia hierárquica de materiais e instrumentos, porque nenhum Laboratório Central de Metrologia de nenhum país efectua medições absolutas da viscosidade de materiais, pelas razões acima referidas.

A periodicidade a estabelecer para a calibração de um viscosímetro não está regulamentada, sendo da exclusiva competência do responsável técnico pelo processo que utiliza o instrumento a definição do respectivo prazo de calibração.

Existem recomendações sobre os prazos iniciais de calibração para alguns tipos de viscosímetro que poderão vir a transformar-se em normas, mas só a análise do tipo de uso a que o instrumento está sujeito, fundamentada na experiência do responsável técnico e num ou mais dos critérios de extensão da periodicidade de calibração, e sustentada por factos como um historial de calibrações do instrumento, deverão ser responsáveis pelo estabelecimento da periodicidade de calibração.

A maior ou menor utilização do instrumento, o tipo de lavagem efectuada entre ensaios sucessivos (mecânica, química, etc.), os ciclos térmicos associados ao processo de medida, às operações de limpeza ou ainda aos ciclos de utilização/armazenamento, os acidentes, são factores que devem ser analisados cuidadosamente pelo técnico responsável mas em caso de dúvida, a calibração do instrumento é sempre a única solução.

A legislação relevante está ainda em desenvolvimento, caso da Proposta de Revisão da Directiva CNQ 19: Determinação da periodicidade de calibração dos equipamentos de medição e ensaio, CPM/66 Rev. 1 de Outubro de 1996, ou o Anexo A (informativo) da NP EN 30 012-1 (1996): Requisitos de garantia da qualidade para o equipamento de medição - Parte 1: Sistema de confirmação metrológica para o equipamento de medição (ISO 10012-1: 1992), baseado no documento internacional nº10 da OIML. No entanto, os métodos a considerar para o estabelecimento/revisão da periodicidade da calibração são sempre:

1 - Revisão automática ou em “escada” (com base no calendário)

2 - Carta de controlo

3 - Tempo de calendário

4 - Tempo de utilização

5 - Controlo em curso de utilização, ou ensaio por meio de uma “caixa preta”

 

© Fernando Santos - 2003