Os Períodos da obra
de Escher |
Todos os estudiosos de Escher estão de acordo
em, para lá de duas grandes fases, distinguir quatro grandes períodos
na obra de Escher. Procuraremos delimitá-los cronologicamente, fazendo
referência a algumas gravuras que podem ser consideradas como pontos
inaugurais, culminantes e terminais do respectivo período.
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Período
das paisagens – 1922-1937
O primeiro período corresponde inteiramente aquela que
é também considerada a primeira fase da obra de Escher. Num período
onde a sua obra é dominada pela representação da realidade, a maioria
das suas gravuras apresenta paisagens e arquitecturas de cidades do
sul de Itália e das regiões costeiras mediterrâneas.
O auge deste período foi alcançado com
a litografa
Castrovalva
(1930) que representa uma cidade nos Abruzos.
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Castrovalva
(1930) |
O momento terminal deste período surge em
1934 com a litografia
Natureza Morta com Espelho, na
qual é estabelecida pela primeira vez uma forma de penetração de dois mundos diferentes.
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Natureza
Morta com Espelho (1934) |
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Período
das Metamorfoses – 1937-1945
Este segundo período foi iniciado, em 1937,
com a gravura
Metamorfose I, onde se assiste à transformação gradual
de uma pequena cidade, passando por cubos, numa boneca chinesa.
A gravura
Dia e Noite pode ser
considerada como o ponto culminante deste período. Aqui todos os
sinais característicos se encontram presente: é uma metamorfose, ao
mesmo tempo um ciclo, e podemos ainda observar a passagem de formas
bidimensionais (campo lavrado) para tridimensionais (aves).
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Dia e Noite
(1938) |
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Em 1946, surge a última gravura, que pertence
já ao ciclo das composições dedicadas ao tema metamorfoses –
Espelho
Mágico.
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Espelho Mágico (1946) |
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A transformação da bidimensionalidade na
tridimensionalidde implícita nas primeiras gravuras de metamorfose, só
no fim deste período aparece explicita na estampa
Colunas Dóricas
(1945).
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Colunas Dóricas (1945) |
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Em 1948 aparece a gravura
Desenhando-se. A última das gravuras deste tema,
Dragão, foi
produzida em 1952. |
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Período
das
gravuras subordinadas à perspectiva – 1946-1956
A gravura
Em cima e em baixo (1947) pode ser
considerada o ponto culminante deste período, em que para além da
relatividade dos pontos de fuga, são reproduzidos feixes de linhas
paralelas como curvas convergentes.
Posteriormente, em 1955, com a xilografia
Profundidade,
há um retorno à perspectiva clássica, mas agora com outro intuito:
sugerir a infinidade do espaço. Este sentido de profundidade é
conseguido através de três pontos de fuga, um na parte inferior da
gravura, outro na parte superior direita e outro ainda na parte
superior esquerda, situando-se os dois últimos muito para além da
superfície da imagem. Além dos três pontos de fuga, criados por feixes
de linhas rectas, Escher salienta a profundidade através do
uso de duas cores, progressivamente esbatidos ao longo da gravura e
que criam a ideia de uma perspectiva aérea.
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Período
da
aproximação ao infinito – 1956-1970 |
A gravura em madeira
Cada vez mais pequeno I
(1956) anuncia este período de que a xilografia a cores
Limite Circular III
(1959) constitui o ponto culminante. A última gravura, de 1969, Serpentes é uma aproximação ao infinito.
Neste período foram produzidas também as
chamadas figuras impossíveis: a primeira é
Côncavo e Convexo (1955) e
a última Queda de
Água (1961).
Aquela que é considerada a mais
impressionante gravura deste período e que é também o ponto culminante
de toda a sua obra, é a
Galeria de Arte (1956). Segundo a própria
opinião de Escher, teria atingido aí os limites
máximos do seu pensamento e capacidade de representação.
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Cada Vez
Mais Pequeno (1956) |
Galeria de
Arte (1956) |
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