OS PARADOXOS QUE SURGEM DA TEORIA DE CANTOR

   

 

 

Com Cantor parecia ter-se chegado ao fim da estrada no que diz respeito aos problemas dos números na Matemática. O infinito, a base de toda a análise e dos números irracionais, tinha sido finalmente sistematizado e fundamentado numa teoria consistente. Mas um novo caminho despontou - existe sempre, felizmente, um novo caminho em Matemática.  

 

Um dos primeiros obstáculos que se levantaram diz respeito à teoria dos conjuntos de Cantor e à sua afirmação de que existe um número infinito de números transfinitos, isto é, não existe um número transfinito maior do que todos os outros. Se isto é verdade conduz-nos a um paradoxo:  

 

 

Se a todos os conjuntos infinitos se pode atribuir um número transfinito, a sua cardinalidade, então tem de existir um conjunto cujos membros incluam todos os números transfinitos. Então este conjunto teria de ter como cardinalidade o último (o maior) dos números transfinitos - no entanto Cantor afirmou que não existe tal número! Mas há mais: será que este conjunto, uma vez que inclui todos os conjuntos infinitos, se inclui a si próprio? 

 

 

 

 

Independentemente da resposta ser sim ou não, outro paradoxo se avizinha:

  

Se se inclui a si próprio, então todos os conjuntos infinitos podem ser divididos em dois tipos, aqueles que se têm a si próprios como membros e aqueles que não, o que nos conduz à questão formulada por Russell: será que o conjunto de todos os conjuntos que não são membros de si próprios é membro de si próprio?

 

 

 

É simplesmente inútil prosseguir com estes paradoxos adiante, eles colocam-nos simplesmente na posição do barbeiro de Russell, que barbeia todos os homens da cidade que não se barbeiam a si próprios e apenas esses - será que o barbeiro se barbeia a si próprio?  

 

Se ele próprio se barbear, pertencerá ao grupo dos homens que se barbeiam sozinhos, mas ele afirma que nunca faz a barba a ninguém pertencente a esse conjunto. Portanto, não pode barbear-se a si próprio!  

Então, se é outra pessoa que faz a barba ao barbeiro, ele pertence ao conjunto dos homens que não se barbeiam a si próprios, mas ele diz que faz a barba a todos os homens desta categoria, portanto tem de fazer a sua própria barba!  

 

 

Afinal, quem faz a barba ao barbeiro?  

 

 

Russell resolveu este tipo de paradoxos através da sua teoria dos tipos.

 

 

 

 

 

Se a questão dos paradoxos o intrigou talvez esteja interessado em conhecer mais alguns paradoxos relacionados com o infinito...

 

 

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